Partido apresentou um projeto de resolução que visa "compensar" os portugueses que vivem fora das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.
1 / 2
O PSD defendeu esta quinta-feira a redução para metade das portagens nas autoestradas do interior e dos preços dos bilhetes dos comboios regionais e intercidades que não estejam abrangidos pelo Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART).
Em conferência de imprensa na Assembleia da República, o PSD apresentou um projeto de resolução -- uma recomendação ao Governo, que não tem força de lei -- que visa "compensar" os portugueses que vivem fora das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e que receberam a grande maioria das verbas do PART como apoio aos descontos nos passes sociais.
"Entendemos que é hora de o Governo compensar quem tem sido mal tratado, é hora e tempo de passar das palavras vãs às boas ações concretas e eficazes, é o momento de diminuir e suavizar desigualdades", defendeu o vice-presidente da bancada Carlos Peixoto, eleito pela Guarda, que esteve acompanhado por deputados de Portalegre, Évora e Castelo Branco.
Num projeto assinado também por deputados de Bragança e Beja, o PSD recomenda ao Governo medidas destinadas à mobilidade das populações que "residam, trabalhem ou se desloquem fora das duas Áreas Metropolitanas do país", Lisboa e Porto, propondo três medidas.
"Em primeiro lugar, que o Governo compense territórios onde não há transportes públicos dignos desse nome com a redução de 50% nas ex-SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador) e outras em idênticas circunstâncias", defendeu Peixoto.
Como o objetivo do programa PART é também incentivar a descarbonização, os sociais-democratas aumentam o desconto para 75% no caso dos veículos elétricos.
Questionado se o desconto seria apenas para residentes, Carlos Peixoto explicou que não, até para incentivar os "fluxos turísticos" para estas zonas do país, e considerou que tal não contraria o princípio de utilizador-pagador -- sempre defendido pelo PSD -- por se tratarem de reduções e não eliminações de portagens.
A segunda medida proposta pelo PSD seria a redução de 50% no preço dos bilhetes dos comboios regionais e intercidades que não estejam abrangidos pelo PART.
Os sociais-democratas recomendam ainda ao Governo que promova, divulgue e incentive e aplicação do regime do "transporte a pedido ou flexível", sobretudo nas regiões mais desfavorecidas e sem cobertura de rede de transportes públicos, criado em 2016, mas que o PSD entende ser "praticamente desconhecido".
O PSD explicou que optou por uma resolução (em vez de um projeto-lei) por a fixação de portagens ser uma competência exclusiva do Governo, e não se comprometeu com quanto custariam estas medidas.
"O custo da redução das portagens não está totalmente medido, mas há estudos de 2015 que previam que uma redução de 30 a 35% era neutral do ponto de vista orçamental, porque a redução dos preços era simultaneamente acompanhada de incremento do das autoestradas", disse.
Quanto à redução do preço dos comboios, para o vice-presidente da bancada do PSD, "deve ser o Governo com a capacidade que tem, com os elementos que tem, a avaliar o custo da medida e a possibilidade de a implementar" no resto do país, depois de o ter feito nas Áreas Metropolitanas.
Carlos Peixoto começou por afirmou que a redução dos custos dos passes sociais para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto "é claramente uma medida positiva".
"Sendo positiva, não é territorialmente justa nem verdadeiramente nacional (...) As zonas dos territórios de baixa densidade são os parentes pobres, os descamisados e os desvalidos da iniciativa", afirmou, apontando que nestas regiões, mesmo que haja descontos mínimos, "não há transportes para usufruir".
Apontando que 70,19% das verbas do PART vão para a Área Metropolitana de Lisboa, 15,27% para a do Porto, Carlos Peixoto salientou que o resto do país "todo somado" fica com apenas 14,53%.
"Ou seja, 4,5 milhões de portugueses recebem cinco vezes mais do que 5,5 milhões de portugueses", apontou.
Peixoto salientou ainda que "para o país não metropolitano mais afastado do litoral", o transporte individual é quase a única opção, que tem sido penalizada pelo aumento do preço do combustível.
"Os territórios de baixa densidade devem ser compensados do ponto de vista da mobilidade", defendeu.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.