Emissão especial da CMTV acompanhou a noite da detenção do ex-primeiro-ministro.
Vários profissionais do Correio da Manhã e comentadores da CMTV reagiram à detenção de José Sócrates durante a emissão da CMTV da madrugada deste sábado.
O diretor-adjunto do Correio da Manhã (CM), Eduardo Dâmaso, revelou que nos últimos dias já se estava a apertar o cerco a José Sócrates, uma vez que o processo em que "era investigado estava a entrar numa fase muito acelerada". Eduardo Dâmaso disse ainda que têm de existir "indícios muito fortes para que um ex-primeiro-ministro seja detido".
A redatora principal do CM, Tânia Laranjo, acredita que José Sócrates "não terá tratamento especial" por ser um antigo primeiro-ministro. "A lei não o prevê, por isso não me parece que seja tratado de outra maneira e o procedimento normal tem de ser cumprido", garante a jornalista. Tânia Laranjo aborda a investigação em curso contra José Sócrates recordando que "uma das situações em cima da mesa é a compra da casa de Paris, que terá custado cerca de 3 milhões de euros". Para a redatora principal do CM "as autoridades querem perceber de onde veio o dinheiro e querem perceber como é que um ex-primeiro-ministro a poderia ter adquirido".
Paulo Morais, comentador da CMTV, considerou "completamente inédito em Portugal" a detenção de um antigo primeiro-ministro, afirmando que este facto pode "ser um sinal de que o país está a mudar na forma como a justiça aborda a política". Paulo Morais referiu ainda que deve ser saudada a "atitude do Ministério Público e da Justiça face a líderes políticos com a dimensão de Sócrates".
O comentador da CMTV, Marinho e Pinto, admite que foi "apanhado de surpresa agora mesmo com esta informação", mas congratula-se por "Estado de direito estar a funcionar". Com alguma ironia, o comentador afirmou que "tudo indica que este não é um processo inventado pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro, do líder do PSD, nem de um autarca do CDS-PP, nem por um inspetor da PJ com dois ou três jornalistas de Lisboa, como aconteceu no passado". Marinho e Pinto disse que é preciso aguardar o desenrolar do processo para ver "quais as acusações que são feitas ao antigo primeiro-ministro e quais a explicações que José Sócrates dá". O comentador concluiu que não sabe se era necessária "a detenção e todo o aparato, mas de qualquer forma, quem tem comptência para decidir isso decidiu".
Francisco José Viegas, comentador da CMTV, afirma que estamos numa situação muito invulgar, na qual altas figuras do Estado, da administração pública e da Banca estão envolvidos em casos judiciais. Para o comentador, "o caso de corrupção na administração pública - um golpe muito sério na credibilidade das instituições do Estado - a comissão de inquérito ao BES - que analiza uma espécie de queda do regime - e este caso da detenção de um ex-primeiro-ministro", estão todos interligados. "Este é um sinal que anuncia um fim de regime no nosso sistema político, com tudo aquilo que isso significa de tragédia e de tempos conturbados e obscuros", explicou Francisco José Viegas, ressalvando, porém, que ao mesmo tempo "estamos a assistir ao funcionamento da máquina da Justiça".
O comentador da CMTV, João Pereira Coutinho, parte a sua análise de uma visão externa do país - uma vez que está a viver em Londres - e diz sentir "que o país está a mudar". "Aquilo que temos assistido tem sido uma furiosa alteração da forma como os altos quadros dos Estado são tratados pela Justiça", refere João Pereira Coutinho. Para o comentador, "existe uma maior responsabilização dos estadistas e não só no caso dos vistos gold e de Sócrates, mas também na ruina do grupo Espírito Santo - que foi uma machadada profunda na elite portuguesa. João Pereira Coutinho diz não saber ainda se esta mudança se "vai traduzir numa maior dureza da Justiça" mas reforça que "pelo menos visto de fora, o pais está a mudar".
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