Fernando Ferreira fugiu da cadeia a 7 de setembro e foi recapturado em Montalegre pela Polícia Judiciária quase três meses depois.
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Fernando Ferreira, fugitivo do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, foi recapturado pela Polícia Judiciária (PJ) esta sexta-feira, em Montalegre. O português, de 61 anos, é o segundo de cinco reclusos apanhado pela polícia depois da evasão.
O fugitivo vivia num casebre na pequena aldeia de Castanheira de Chã, em Montalegre. Chegou a ser visto pelos vizinhos mas "o velhinho de barba branca" era tido como inofensivo. Saía poucas vezes de casa e as visitas que recebia era na clandestinidade. Fernando Ferreira mantinha-se isolado e também nunca ninguém quis saber porque estava ali a morar. A casa não era dele, nem de nenhum familiar.
Há vários dias que a PJ sabia que estava ali escondido. Foi pedida a colaboração da GNR para garantir que não fugiria. O que ainda tentou, envolvendo-se nos montes. Foi apanhado sem haver necessidade de recorrer à violência.
As autoridades apreenderam uma arma com silenciador e munições. No mesmo local foi encontrado equipamento tecnológico que permitia que Fernando comunicasse com o exterior sem ser detetado pelas autoridades.
O arsenal de Fernando 'Careca', o evadido de Vale de Judeus recapturado pela PJ
VÍDEO: PJ
Foram ainda apreendidos binóculos de visão noturna e de longo alcance. O diretor da PJ, Luís Neves, explicou que o detido revelou ter um "elevado grau de preparação e de cuidado".
"Este cidadão português com extensa carreira criminal, é referenciado pela prática de criminalidade especialmente violenta mas, também, no âmbito da criminalidade altamente organizada, dos quais se destacam os crimes de associação criminosa, homicídio, rapto, roubo à mão armada, tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida", pode ler-se no comunicado da PJ.
A Polícia Judiciária avançou em conferência de imprensa que Fernando Ferreira será transferido para a prisão de alta segurança de Monsanto.
Recorde-se que o recluso escapou da prisão a 7 de setembro e sobre ele recaía um mandado de detenção internacional emitido pela autoridade judiciária e com alerta vermelho na Interpol.
Fernando Ribeiro Ferreira tem como data da primeira reclusão o ano de 1980 e cumpria, à data da fuga, uma pena de prisão de 24 anos associada a 11 condenações. Dificilmente voltará para o Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus para cumprir a pena
A Ministra da Justiça, Rita Júdice, enalteceu o trabalho das forças policiais na recaptura de mais um evadido de Vale de Judeus e reforçou a importância dos "profissionais que todos os dias trabalham" para um país mais seguro: "merecem a nossa gratidão e reconhecimento".
A captura de mais um evadido de Vale de Judeus deixa-nos com um sentimento de orgulho e confiança nas nossas forças policiais, que todos devemos enaltecer. Este êxito só foi possível graças ao trabalho de investigação persistente e competente da PJ
Ministra da Justiça
Fábio Loureiro, outro recluso que fugiu com Fernando Ferreira da cadeia de Vale de Judeus, foi detido um mês após a fuga. Foi através da namorada de 'Cigano' que a Polícia Judiciária apanhou o fugitivo. A mulher estava a ser vigiada 24 horas por dia e bastou a sua visita ao namorado, em Marrocos, para determinar a detenção do recluso. O Fábio encontrava-se numa carrinha de nove lugares quando foi detido e estaria com um cúmplice também português.
A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho da Azambuja, envolveu cinco reclusos, dois deles portugueses, já recapturados (Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira).
Os restantes três, que continuam em fuga, são um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani (condenado a sete anos), um da Argentina, Rodolfo 'El Ruso' Lohrmann (condenado a 18 anos e 10 meses), e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer (condenado a 9 anos).
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Esta fuga levou o Ministério da Justiça a avançar com a instauração de nove processos, visando o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais, uma decisão que resultou das recomendações do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Numa nota divulgada em outubro, o Ministério da Justiça destacou ainda a abertura de dois inquéritos autónomos: um relativamente ao comissário do estabelecimento prisional, pela "falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado", e outro à Direção dos Serviços de Segurança "para avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza".
Foi ainda emitida às entidades competentes certidão para apurar responsabilidades disciplinares em relação a militares da GNR sobre "as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus à Comunicação Social.
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