Parte do dinheiro doado para salvar bebé Matilde poderá ser tributado

Em causa estão os donativos de 500 euros. Ministério das Finanças descarta possibilidade.

04 de julho de 2019 às 20:39
Matilde Foto: Facebook
Bebé Matilde Foto: Facebook
Esperança de cura para a pequena Matilde está nos EUA. Laboratório contactou pais da bebé Foto: CMTV
Bebé Matilde já saiu dos cuidados intensivos e está "a recuperar bem" Foto: CMTV
Matilde Foto: Facebook
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Parte do dinheiro angariado para ajudar a pequena Matilde poderá vir a ser alvo de pagamento de imposto. A explicação foi dada pelo fiscalista Leonardo Marques Santos Renascença, que afirmou que a tributação poderá atingir dezenas ou até centenas de milhares de euros, "no pior dos cenários".

"O regime português não é muito amigável para este tipo de entregas. Costumam-se chamar donativos, mas na verdade não se enquadram no regime do mecenato, que exige que os beneficiários sejam entidades, qualificadas", disse o especialista, recordando que os donativos foram todos feitos numa conta pessoal em nome dos pais da menina.

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Assim, e de acordo com Marques Santos, apenas os donativos superiores a 500 euros seriam alvo de tributação em sede de imposto de selo de 10% para a aquisição gratuita de bens por pessoas singulares.

No entretanto, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, já veio a público desmentir essa possibilidade, deixando no ar a garantia de que o dinheiro não irá ser alvo de imposto.

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"Não me parece que esse caso em concreto justifique a aplicação da norma de incidência de Imposto de Selo sobre donativos acima de 500 euros (...) o mais relevante nesta fase é dar toda a tranquilidade aos pais da Matilde, para que se concentrem no que é mais importante que é a vida da Matilde", disse em entrevista ao jornal ECO

Através de uma uma campanha de crowndfunding, foram angariados cerca de dois milhões de euros, o valor aproximado do Zolgensma, o remédio mais caro do mundo que ainda só foi aprovado nos EUA. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pondera agora pedir uma autorização especial ao Infarmed para a utilização deste medicamento em Portugal. Caso seja aceite, o SNS irá pagar a totalidade do medicamento.

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