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Climáximo considera que suspeitas de crime em lítio e hidrogénio mostram que setor "não pode ser um negócio"

Ativistas ambientais defendem que país vive "num sistema económico que coloca o lucro acima da vida".

07 de novembro de 2023 às 15:58

O grupo de ativistas ambientais Climáximo afirmou esta terça-feira que as suspeitas de crime envolvendo negócios de lítio e hidrogénio mostram que o combate às alterações climáticas "não pode ser um negócio".

"Travar a crise climática não pode ser um negócio, porque fundamentalmente contradiz a lógica de expansão permanente do uso de recursos" e "é um ato criminoso de arrogância governamental colocar milhares de milhões de euros de dinheiro público nas mãos das empresas criminosas que semearam, alastraram, e perpetuaram o terror climático - em Portugal a Galp, a EDP e a REN -, e achar depois que sairiam ilesos do processo", referem os ativistas.

Comentando as "notícias desta terça-feira, da constituição como arguidos de os ministros, assessores, chefes de gabinete, autarcas e empresários, no âmbito de negócios de lítio e hidrogénio", a Climáximo refere não estar surpreendida.

Isto porque, defendem, o país vive "num sistema económico que coloca o lucro acima da vida" e o "processo de instalação de renováveis em Portugal é uma oferta constante e permanente de apoio público à indústria privada, sem contrapartidas".

Este é, no seu entender, "um processo que cria as condições perfeitas para a banal corrupção, apenas mais um dos crimes visíveis que o governo e empresas fósseis cometem contra a sociedade", referem os ativistas.

"O governo subsidia os principais culpados pela destruição das condições de vida em Portugal, e depois justifica isto com falsas narrativas sobre clima", porque a "transição proposta por estes governos e estas empresas é exclusivamente um negócio, que nunca teve nada que ver com clima", acusam ainda.

Embora não sejam identificados todos os detidos, alguns meios de comunicação social já indicaram que o consultor é Diogo Lacerda Machado, advogado e empresário próximo do primeiro-ministro, enquanto os administradores da sociedade Start Campus de Sines serão Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.

O MP constituiu ainda como arguidos o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta.

De acordo com a PGR, estarão em causa neste inquérito os crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.

A investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines e o projeto de construção de "data center" desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade "Start Campus".

A PGR anunciou também que o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça.

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