Para o PGR "a uma criminalidade cada vez mais organizada e transnacional, não podemos responder com desorganização e desarticulação, nem com uma visão exclusivamente local".
O Procurador-Geral da República português considerou esta terça-feira, num encontro com homólogos lusófonos, em Lisboa, que a inteligência artificial pode ser "uma aliada valiosa" na luta contra o crime, desde que acompanhada de "garantias rigorosas".
"Estamos cientes de que a inteligência artificial pode ser uma aliada valiosa na investigação criminal, na gestão processual e na identificação dos padrões em grandes volumes de dados", disse Amadeu Guerra na sessão de abertura do XXII Encontro dos Procuradores-Gerais da CPLP, tem como tema "a criminalidade económica e financeira na era da inteligência artificial, prova digital e recuperação de ativos".
"A adoção desta tecnologia deve ser acompanhada de garantias rigorosas, assegurando que as decisões mantêm a imparcialidade, respeita os direitos fundamentais do processo penal e da proteção de dados", disse.
Para o PGR anfitrião, "a justiça vive tempos exigentes. A uma criminalidade cada vez mais organizada e transnacional, não podemos responder com desorganização e desarticulação, nem com uma visão exclusivamente local".
Amadeu Guerra considera que "a cooperação jurídica e judiciária, bem como todas as formas de comunicação e troca de experiências formais e informais entre os Ministérios Públicos, são instrumentos fundamentais para o exercício destas funções e em particular para o objetivo comum de combate aos fenómenos criminais complexos e transnacionais, designadamente a criminalidade económico-financeira, a corrupção, o crime organizado e violento".
E adiantou que esta cooperação "conhece hoje novos desafios que implicam um esforço conjunto orientado para a combinação do trabalho dos magistrados e procuradores de diferentes jurisdições, diferentes países, para lidar com a criminalidade complexa, transfronteiriça e multidisciplinar, a qual exige a conjugação de todos os saberes disponíveis".
A propósito da prova digital, referiu que a grande quantidade de material recolhido e os dados apreendidos "implicam a aposta em novas ferramentas de pesquisa, na existência de laboratórios forenses modernos e devidamente apetrechados, capazes de assegurar uma maior eficácia e celeridade da investigação e um melhor sistema de justiça".
Sobre este tema, a ministra da Justiça portuguesa, que também participou nesta sessão de abertura, disse que "a prova digital assume também um papel absolutamente decisivo" no combate à criminalidade.
"Toda a atividade humana, legítima ou criminosa, deixa vestígios e, hoje, quase todos os vestígios deixam uma marca digital. Por isso, a admissibilidade e a fiabilidade da prova digital serão cada vez mais determinantes para o sucesso da ação penal", afirmou Rita Júdice.
A ministra lembrou que o Governo quer "promover a criação de mecanismos digitais de troca e informação entre as autoridades judiciárias, órgãos de polícia criminal e outras entidades públicas, com vista a uma estreita articulação digital dentro do Estado para a obtenção destas informações".
"Queremos atualizar o regime legal dos meios de obtenção de prova em ambiente virtual, com novas capacidades de recolha de provas digitais" e "agilizar o tratamento de prova através do uso de ferramentas tecnológicas, garantindo meios digitais reforçados aos órgãos de polícia criminal, ao Ministério Público e aos tribunais".
O encontro, que decorre na PGR, em Lisboa, junta os Procuradores-Gerais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste e o Vice-Procurador-Geral da Guiné-Bissau, além do Procurador da Região Administrativa Especial de Macau, que tem estatuto de observador.
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