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Alergia ao sémen? Sim, é possível – e muitas mulheres nem sabem

Sintomas podem chegar a ser fatais quando não tratados de forma célere. Tratamento envolve anti-histamínicos e anti-inflamatórios.

28 de junho de 2025 às 12:09

Já sofreu de uma reação alérgica invulgar durante ou depois da relação sexual, tendo desconforto íntimo, inchaço, ou até mesmo dificuldade em respirar? A causa pode estar relacionada com uma alergia às proteínas encontradas no sémen, uma doença conhecida por hipersensibilidade ao plasma seminal, como alertam os especialistas, citados pelo Daily Mail. A doença é muitas vezes confundida com infeções sexualmente transmissíveis, infeções por fungos, ou com sensibilidade geral, de acordo com os investigadores. Contudo, existe uma forma de despistar o verdadeiro problema: os sintomas desaparecem quando se usam preservativos. 

A doença pode afetar mais pessoas do que o que se pensa e, muitas vezes, nem sequer é diagnosticada, de acordo com Michael Carroll, professor de ciências da reprodução da Universidade de Manchester, citado pela mesma fonte.

Mas quais são os sintomas mais comuns? Nas mulheres, a doença afeta normalmente a vulva ou a vagina, mas também pode influenciar o resto do corpo, provocando urticária, pieira, tonturas, corrimento nasal e até anafilaxia, uma reação alérgica grave e rápida que pode causar dificuldade em respirar, tensão baixa e pode até levar à morte, se não for tratada de forma rápida.

"Muitas mulheres sofrem em silêncio", alertou o especialista da Universidade de Manchester. Embora rara, o professor argumenta que, muitas vezes, a doença é diagnosticada de forma tardia devido ao embaraço, ao estigma e à falta de consciencialização para o tema. 

Os especialistas alertam ainda para a possibilidade de os homens serem também afetados, sendo que "alguns são alérgicos ao seu próprio esperma", adianta Michael Carroll. Nestes casos, os sintomas podem durar segundos, minutos ou até mesmo horas após a ejaculação, provocando ardor nos olhos, dores de cabeça, corrimento nasal, dores de garganta ou febre. 

Embora só tenham sido registados 60 casos deste tipo de doença pós-orgasmo no género masculino desde que foi descoberta, em 2002, os especialistas alertam para o facto de os números poderem, na realidade, ser muito maiores, tendo em conta que a maioria dos afetados não procura assistência médica. 

O processo de diagnóstico para homens e mulheres envolve uma análise do historial sexual e médico, seguido de um teste cutâneo por picada com o sémen do parceiro, ou ainda análises ao sangue. No que toca aos tratamentos, estes incluem anti-histamínicos profiláticos que ajudam a prevenir as reações alérgicas em causa, antes da exposição ao sémen durante o ato sexual, e anti-inflamatórios.

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