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Juiz pediu proteção de crianças espanholas horas antes de serem mortas pela mãe

Avó de Amiel e Ixchel denunciou tendências suicidas da filha e magistrado comunicou caso à polícia de Valência.

27 de março de 2019 às 14:49

Foram esta quarta-feira revelados mais pormenores sobre o caso da morte dos irmãos Amiel e Ixchel, rapaz de três anos e meio e menina de seis meses, que terão sido assassinados pela própria mãe em Godell, na província espanhola de Valência.

O jornal Las Provincias noticia que no próprio dia em que os menores foram assassinados, a 13 de março, a avó foi falar com um juiz do tribunal da Valência, a quem deu conta do estado de grande transtorno em que se encontrava a filha, Maria Gombau, de 27 anos. Noémia explicou ao magistrado que tinha recebido uma mensagem da mãe das crianças em que esta ameaçava suicidar-se e temia pela segurança dos dois netos.

Segundo o periódico, o juiz iniciou então diligências sobre o caso. Nesse próprio dia, enviou um fax ao departamento da Polícia Nacional de Burjassot-Godella, em que pedia que fossem adotadas "as medidas oportunas em relação à situação dos menores". Avisou também o tribunal de família da situação.

Mas a proteção não chegou a tempo. Poucas horas depois da denúncia, as duas crianças foram mortas à pancada durante a madrugada e enterradas num terreno que Maria e o companheiro e pai das crianças viviam ilegalmente. Maria e Gabriel foram detidos no dia seguinte, a 14 de março, e estão em prisão preventiva.

Avó fez várias denúncias

Nas semanas anteriores aos crimes, os três corpos policias que atuam na região de Valência foram chamados a resolver problemas criados por Maria Gambu, após denúncias da avó, Noémia. Que tudo fez para que a filha abandoasse uma vida de marginalidade. A última queixa policial aconteceu apenas dois dias antes do duplo infanticídio, diz o Las Provincias. Numa outra ocasião, a polícia foi chamada depois de Maria ter mandado mensagem à mãe a dizer que ia "encontrar-se com o Criador". Ao ser abordada pela polícia, explicou que o fez para provocar Noémia e que não tinha qualquer intenção suicida.

Mas os apelos da avó não se ficaram pelo tribunal A 13 de março, Noémia  também alertou os serviços sociais do município de Godella, através de uma linha telefónica de apoio a menores. Fê-lo pela quarta-vez em poucas semanas, mas a morosidade da resposta foi fatal para os dois menores.

Maria e Gabriel permanecem em prisão preventiva, sob vigilância apertada por risco de suicídio. Apresentam ambos um quadro de distúrbios mentais.

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