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Caparica em festa com rock nacional

Primeiro dia do festival O Sol da Caparica marcado por tensões devido ao estacionamento e muita música em português. Festa continua hoje com Deolinda, Expensive Soul e Pedro Abrunhosa.

15 de agosto de 2014 às 15:44

Buraka Som Sistema no festival O Sol da Caparica

Se dúvidas havia sobre a adesão do público à primeira edição de O Sol da Caparica, elas depressa foram eliminadas. Um cartaz apelativo, com os nomes mais sonantes do pop rock português, aliado ao preço convidativo dos bilhetes (15 euros por dia e 30 euros para o passe de três dias), trouxe ao Parque Urbano da Costa da Caparica mais de 15 mil pessoas, maioritariamente jovens e famílias, de acordo com a organização.

Os Buraka Som Sistema (pode ver um vídeo da atuação no final do texto), que encerraram ontem à noite o primeiro dia do festival, são cada vez mais um caso sério ao vivo. Num ambiente de verdadeira festa, Blaya, Kalaf e Conductor não deram um momento de descanso aos milhares de jovens que encheram à meia-noite o palco principal do recinto. Atuação excelente ao longo de duas horas, onde não faltaram êxitos como ‘Sound of Kuduro’, ‘Kalemba (Wegue Wegue’ ou ‘Yah’, alinhados ao lado de ‘Vuvuzela (Carnaval)’ e ‘Parede’, já do novo disco ‘Buraka’.

Em novo regresso ao nosso país, às 23h00 Gabriel O Pensador mostrou no palco principal o carinho que sente pelos fãs portugueses. Mensagens contra o racismo e elogios ao multiculturalismo dos povos lusófonos, entusiasmaram o público com os clássicos ‘2345 meia 78’, ‘Pátria que me Pariu’ ou ‘Solitário Surfista’. Uma hora antes, João Pedro Pais abraçou uma multidão considerável com as canções mais populares da sua carreira, como ‘Mentira’ ou ‘Ninguém é de Ninguém’.

Já antes tinham passado por aquele espaço os GNR, com um Rui Reininho cáustico e irónico quanto baste, a lembrarem os tempos áureos do grupo com temas como ‘Efectivamente’ e ‘Morte ao Sol’. A honra de abertura do primeiro palco, com a noite já a cair, foi dada aos Dead Combo. Apoiados nos dois últimos trabalhos ‘Lisboa Mulata’ e ‘A Bunch of Meninos’, Pedro Gonçalves e To Trips justificaram porque conseguem arrastar pequenas multidões para verem o duo ao vivo.

Palco secundário em ritmo louco

O palco secundário de ‘O Sol da Caparica’ demasiado pequeno para os grupos que por ali passaram. Samuel Úria, que tocava à mesma hora dos Dead Combo, tentou segurar algum do público que começou a encher o espaço do festival ao final da tarde, com um concerto sóbrio e seguro. Já antes tinham por ali passado D’Alva e Márcia, com atuações que apenas pecaram por alguma falta de público devido à hora de arranque de ambos os espectáculos.

Já com uma plateia mais composta, os Capitão Fausto de Tomás Wallenstein entusiasmaram os fãs com um som que vai beber as influências ao psicadelismo e ao rock progressivo das décadas de 60 e 70, reciclados para o novo milénio, como é patente em ‘Pesar o Sol’, segundo trabalho do coletivo.

Ambiente louco com os Peste & Sida, que deram provavelmente um dos concertos mais divertidos dos últimos tempos no fecho do palco secundário, às 22h00, apoiados na energia de dois convidados-surpresa. Era óbvio que o grupo, agora liderado por João San Payo, não ia deixar passar em claro o hino que deu nome ao festival, mas na calha também estavam outros temas-chave como ‘Chuta Cavalo... E Morrerás’, ‘Gingão’ ou ‘Repressão Policial’.

Com João Cabeleira em cena, abraçaram o mítico ‘Sémen’ dos Xutos & Pontapés, antes de um Rui Reininho, bem mais solto do que uma hora antes no concerto dos GNR, os acompanhar em ‘Portugal na CEE’ e ‘Dunas’. O ambiente estava cheio de energia, numa comunhão intensa entre juventude e muitos cabelos brancos, quando ecoaram os primeiros acordes de ‘Sheena is a Punk Rocker’, em homenagem aos desaparecidos Ramones, antes de encerrarem em definitivo as hostilidades com ‘Vamos ao Trabalho!’.

Hoje é a vez de Diabo na Cruz, Deolinda, Expensive Soul e Pedro Abrunhosa, entre outros.

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