Espetáculo decorreu na antiga serração da prisão-escola.
A antiga serração da cadeia conhecida por prisão-escola de Leiria acolheu no sábado um espetáculo de ópera, com um grupo de 30 reclusos em palco, a contracenar com seis cantores profissionais, uma companhia de dança e uma orquestra. O projeto ‘Ópera na Prisão’ resulta de uma parceria entre a Sociedade Artística Musical Pousense (SAMP) e o estabelecimento prisional, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian.
Durante um ano e meio, a equipa de Paulo Lameiro, diretor artístico do projeto e da SAMP, trabalhou com o grupo de reclusos em torno da partitura de Mozart, autor de ‘Don Giovanni 1003, Leporello 2015’, e as descobertas não tardaram em surgir. "A primeira transformação destes jovens foi descobrir que a voz é um instrumento e aprender que a ópera é um espetáculo com música, dança, teatro, no fundo é uma vida", explicou Paulo Lameiro ao CM
Outro passo, "de gigante", foi , pela mão de Mozart, perceber como "contar a realidade da natureza humana de outra forma, onde é mais fácil compreender aquilo que somos e o que é portarmo-nos mal", salientou.
Para o diretor da cadeia, José Ricardo Nunes, que assumiu o papel de comendador, o objetivo é que os reclusos "vivam o momento como uma experiência pessoal, de descoberta interior e das suas capacidades".
O projeto culmina com uma apresentação no Teatro José Lúcio da Silva e o próximo passo é o envolvimento das famílias e das instituições culturais de onde os reclusos são oriundos.
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