page view

IL pede descentralização municipal e adia discussão sobre regionalização

Líder liberal lamentou o despovoamento de cidades como Évora, "onde há onde falta habitação, onde faltam opções de mobilidade, onde falta emprego".

02 de outubro de 2025 às 14:13

A presidente da Iniciativa Liberal (IL) defendeu esta quinta-feira a descentralização de competências para os municípios, remetendo para mais tarde qualquer discussão sobre a regionalização.

É "muito importante apostarmos num modelo em que as autarquias têm mais capacidade de dar resposta aos seus munícipes", porque o "poder local é o primeiro ponto de contacto das pessoas", afirmou hoje aos jornalistas Mariana Leitão, no final de um encontro com jovens estudantes da Universidade de Évora.

Na conversa, Mariana Leitão defendeu o reforço de competências dos municípios, e defendeu uma aposta na ferrovia, políticas de emprego e de habitação ou na atração de investimento estrangeiro por parte das autarquias, temas que não são habitualmente geridos no plano municipal.

Mas sobre um processo de regionalização, "podemos falar sobre isso mais à frente" e "não acho que seja um tema que faça sentido falar agora. Neste momento temos umas eleições autárquicas e aquilo que é importante é falarmos, do ponto de vista das câmaras municipais, como é que elas podem dar resposta às pessoas".

E, "sem dúvida que, com mais autonomia e uma maior descentralização, a resposta será muito mais eficiente e muito mais eficaz" por parte das autarquias, afirmou.

Para a líder da IL, "é essencial que os municípios também tenham essa capacidade de poder ter políticas que se adequem aos sítios onde estão", porque as "decisões não podem ser todas feitas a partir de Lisboa".

A líder liberal lamentou o despovoamento de cidades como Évora, "onde há onde falta habitação, onde faltam opções de mobilidade, onde falta emprego e que vive constantemente há décadas do problema que é transversal, um pouco por todo o país, que é do excesso de centralismo".

"As decisões são todas tomadas em Lisboa, muitas vezes por pessoas que não conhecem a realidade do país, que não têm noção dos seus reais problemas e por isso nós temos defendido e continuaremos a defendê-lo com muito afinco esta dinâmica que é urgente e necessária, de maior descentralização".

Na "questão da mobilidade é essencial, até para garantir que criamos incentivos para que as pessoas se fixem em zonas do interior, uma aposta séria na ferrovia", explicou Mariana Leitão.

O país tem "um problema crónico de desinvestimento na ferrovia, várias linhas que encerraram um pouco por todo o país e é fundamental que se reverta esse desinvestimento e que se perceba que o investimento na ferrovia é crucial para o desenvolvimento, para o crescimento económico e para garantir a fixação das pessoas nestes locais, no interior", salientou, recordando a conversa, instantes antes, com os alunos.

"Estes jovens têm que ter soluções, muitos deles disseram-me que tinham como objetivo até continuarem a viver em Évora após concluírem os seus estudos e sentem que não têm as oportunidades" para cumprir esse objetivo, afirmou.

Só é possível fixar jovens no interior do país se existirem "políticas que promovam a atração de investimento" e que permitam a criação de emprego, "para que estas pessoas tenham oportunidades", acrescentou.

"Nós só conseguimos investir e ter essa atração de investimento e ter empresas a quererem vir para Évora, se tivermos boas infraestruturas, uma boa rede de transportes e obviamente também soluções de habitação".

Em Évora, a IL apresenta Fábio Cabaço como primeiro candidato à Câmara, uma autarquia atualmente liderada pela CDU e que o PS tenta reconquistar.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8