Os seus conhecimentos foram cruciais para desvendar o mistério. Falou com Lúcia no Carmelo de Coimbra.
Os seus conhecimentos foram cruciais para desvendar o mistério. Falou com Lúcia no Carmelo de Coimbra.
A terceira parte do Segredo de Fátima foi revelada a 13 de maio de 2000 pelo cardeal Ângelo Sodano, então Secretário de Estado do Vaticano, quando João Paulo II presidia, na Cova da Iria, à cerimónia de beatificação dos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
A constatação de que o “homem vestido de branco” que ia sendo atingido “por tiros e setas” quando subia “uma montanha escabrosa” era o papa João Paulo II, atingido por vários disparos na Praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981, foi fruto de um estudo aturado levado a cabo pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger.
Não foi quem deu a cara na hora da revelação da terceira parte do Segredo, mas foi quem realizou toda a interpretação teológica das palavras da Virgem aos Pastorinhos e estabeleceu os diversos nexos de causalidade. Ratzinger, que falou com a Irmã Lúcia sobre o assunto, foi eleito Papa em 2005.
Foi o mais dramático e surpreendente dos anúncios vaticanos em quase seis séculos. A 11 de fevereiro de 2013, numa reunião matinal, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, destinada a anunciar a canonização de 800 mártires da Igreja, Bento XVI proferiu uma histórica declaração em latim, que nem todos os presentes perceberam (alguns julgaram mesmo tratar-se de uma oração), em que anunciou a renúncia ao pontificado, com efeitos a partir das 20h00 (hora de Roma) do dia 28 desse mês.
O último papa a abdicar tinha sido Gregório XII, em 1415, durante o designado Grande Cisma do Ocidente. À radical decisão, seguiram-se mais de dois anos de sede vacante e 588 anos em que reinaram 99 sucessores de Pedro, tendo todos eles ocupado o cargo de líder da Igreja desde a eleição até à morte.
Aliás, ao longo dos 1992 história pontifical, apenas seis dos 266 papas renunciaram antes da morte. O primeiro foi Ponciano, em 235, após ter sido exilado na Sardenha. Depois foi Bento IX, em 1045, devido a acusações de corrupção. Logo no ano seguinte, em 1046, Gregório VI abdicou por suspeitas de ter vendido sacramentos e cargos eclesiásticos. Em 1294, o papa Celestino V renunciou por sentir-se inadequado para o cargo e, como já referimos, Gregório XII abdicou, em 1415, para colocar um ponto final no Cisma do Ocidente.
Não sendo uma decisão única, a verdade é que a renúncia ao pontificado tem sido uma absoluta raridade. E daí, a enorme surpresa que o latino anúncio de Bento XVI causou em todo o mundo. O pontífice alemão alegou que a sua saúde debilitada não era compatível com a exigência física e mental do papado.
E assim, à hora certa (20h00 de 28 de fevereiro de 2013) deixou o Palácio Apostólico e rumou a Castelgandolfo (residência de verão dos papas), abrindo espaço à realização do conclave que, a 13 de março elegeu Jorge Mario Bergoglio. Fixou residência no pequeno convento Mater Eclesiae, nos jardins do Vaticano, onde faleceu no último dia de 2022, com 95 anos de idade.
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Nos seus sete anos e 315 dias de pontificado publicou três encíclicas (Deus Caritas Este - 2005, Spe Salvi - 2007 e Caritas in Veritate - 2009), presidiu a 348 audiências gerais, proferiu mais de 800 homilias e discursos, recitou mais de 380 orações do Ângelus e realizou 24 viagens apostólicas.
Numa dessas viagens, visitou o nosso país, de 11 a 14 de maio de 2010, e foi o primeiro papa a celebrar missa na cidade do Porto. Tratou-se de uma viagem apostólica, mas também de uma visita de Estado, pelo que, à chegada a Lisboa, no dia 11, teve cerimónia de boas-vindas no Mosteiro dos Jerónimos e um encontro com o Presidente da República (Cavaco Silva). Nesse dia ainda presidiu à Missa no Terreiro do Paço.
O dia 12 ficou marcado pelo encontro com o mundo da cultura, no Centro Cultural de Belém, e pela Procissão de Velas, já no Santuário de Fátima. No dia 13 celebrou a Missa da Peregrinação Aniversária e, da parte de tarde, reuniu-se com os bispos portugueses
No dia 14 de manhã viajou para o Porto onde celebrou a Missa na Avenida dos Aliados, tendo regressado a Roma a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Ratzinger foi, durante mais de duas décadas, o mais poderoso cardeal da Igreja Católica. Foi o primeiro papa a enfrentar o escândalo dos abusos sexuais na Igreja e promoveu medidas no sentido de punir os prevaricadores e prevenir novos casos.
Um marco histórico na modernidade. Bento XVI foi o primeiro papa a ter uma conta numa rede social, no caso o Twitter. O papa alemão era um intelectual e cedo percebeu a importância dos novos meios de comunicação para a evangelização dos povos. Foi no dia 12 de dezembro de 2012 que publicou seu primeiro tweet na conta oficial @Pontifex.
Tem 25 metros de altura e é uma pedra só, o obelisco que se ergue no epicentro da Praça de São Pedro. Esculpido há 4 mil anos, em Heliópolis, no antigo Egipto, foi trazido para Roma por Calígula, no ano 37. Foi inicialmente erguido no que era o Circo de Nero, onde se localiza a Basílica de São Pedro, e, mais de 15 séculos depois, reposicionado no local onde hoje se encontra. Aconteceu em 1586, por ordem do papa Sisto V, devido à edificação da Basílica.
Nos seus 1992 anos (Cristo morreu com 33 anos), a Igreja Católica foi liderada por 266 papas. Esse é o número oficial, segundo os registos da própria Santa Sé. Isto quer dizer que sete anos e meio é o tempo médio do reinado papal. No entanto, a tendência é para que essa média aumente. Se considerarmos o século XX, a média foi de 12 anos e meio.
Giovanni Maria Mastai-Ferretti nasceu em Senigália, Itália, a 13 de maio de 1792. Foi eleito papa Pio IX a 16 de junho de 1846, com apenas 54 anos de idade. Reinou 31 anos e 7 meses, até 7 de fevereiro de 1878, naquele que foi o mais longo pontificado de sempre a seguir a São Pedro. Também foi o primeiro papa a ser fotografado. Foi em 1863.
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