Simão (Pedro) foi o primeiro a ser escolhido por Cristo. Evangelho de Mateus revela como foi nomeado líder.
Simão (Pedro) foi o primeiro a ser escolhido por Cristo. Evangelho de Mateus revela como foi nomeado líder.
E Eu também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do
Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus,
e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus
Esta passagem do Evangelho de Mateus é a mais eloquente, no que diz respeito à nomeação do líder da Igreja por parte de Jesus Cristo. O apóstolo chamava-se Simão, mas Cristo fez dela a pedra sobre a qual edificaria a sua Igreja.
Apesar de relevante, esta passagem surge apenas no Evangelho de Mateus, mas os outros evangelistas, de uma ou de outra forma, também revelam a escolha do primeiro Apóstolo.
Em Lucas, por exemplo, lê-se esta declaração de Cristo: “Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos”. Já em João, Jesus pergunta três vezes a Pedro se ele o ama e, após três respostas afirmativas, diz-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”.
Nascido em Betsaida, na Galileia, um ano antes de Cristo vir ao mundo, morava em Cafarnaum e era pescador, juntamente com o seu irmão André e os irmãos Tiago e João, quando foi, assim como os outros três, escolhido por Jesus Cristo para o seguir e integrar o restrito grupo dos Doze.
Ao aproximar-se o tempo da Paixão, Cristo preveniu os discípulos sobre o que estava para acontecer. Pedro insurgiu-se e disse que lutaria até à morte em defesa do Mestre. Foi quando, na noite que antecedeu a prisão que O levaria à morte na cruz, Jesus Cristo disse a Pedro: “Antes que o galo cante, me negarás três vezes”.
É certo que, à chegada dos soldados, Pedro puxou da espada e cortou a orelha de um deles, mas Cristo repreendeu-o, dizendo-lhe que tinha de ser cumprido o que estava escrito. Enquanto o Mestre era interrogado, alguns apóstolos aguardaram no pátio.
Foi aí que uma criada do sumo sacerdote e outros presentes se dirigiram a Pedro dizendo que ele estava com “Jesus, o galileu”. O primeiro dos apóstolos foi negando e, à terceira vez, o galo cantou. Lembrou-se de imediato das palavras de Cristo e “chorou amargamente”.
Este episódio revela que aquele que sucederá a Cristo, que era Deus feito homem, é apenas homem, ou seja, apesar ser possuidor de uma fé férrea, de lhe terem sido confiadas “as chaves do céu”, não estava livre do pecado.
Quando foi convidado a deixar tudo e seguir a Cristo, Simão era pescador. Residia em Cafarnaum e, com André, Tiago e João, saía para a faina no mar da Galileia (lago de Tiberíades).
Após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo aos céus, Simão, agora Pedro, empenhou toda a energia na missão que Jesus lhe tinha confiado. Começou por pregar em Jerusalém, mas cedo percebeu que a sua doutrina tinha de chegar ao berço do Império Romano. Decidiu, então, viajar para Roma. Ali permaneceu até o imperador Cláudio decidir expulsar todos os cristãos e judeus da cidade. Entretanto, para além dos restantes apóstolos, surgiu um grande pregador, aquele que tinha sido perseguidor e se arrependeu a caminho de Damasco.
São Paulo e São Pedro uniram esforços mas, pelo ano 50, desentenderam-se, no que ficou conhecido como o incidente em Antioquia. Acabou por prevalecer a liderança de Pedro, confirmando a determinação de Cristo.
Nessa altura, Pedro e Paulo decidiram deslocar-se novamente para Roma, uma vez que só convencendo as autoridades, na capital, os cristãos deixariam de ser perseguidos nas periferias.
Foi sempre perseguido e foi organizando, às escondidas dos soldados imperiais, as primeiras comunidades cristãs. Pouco se sabe da sua atividade naquelas cerca de duas décadas em que lançou as frutuosas sementes da Igreja Católica.
Só chegaram até nós duas cartas de São Pedro, incluídas nos Atos dos Apóstolos e dirigidas a comunidades longínquas, desde a Galácia à Capadócia. São cartas com diretivas doutrinais, em que se apresenta como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, presbítero e testemunha dos sofrimentos de Cristo”.
Estas cartas confirmam que São Pedro foi, de facto, o primeiro líder da Igreja. “Sede santos também vós em toda a vossa conduta. (...) Amai-vos intensamente uns aos outros de todo o coração”, escreveu o primeiro papa, advertindo para os perigos dos maus comportamentos: “bem basta o tempo passado em que vos comportáveis de acordo com os critérios dos pagãos, vivendo na devassidão, nas paixões, na embriaguez, em orgias, em festins desregrados e na nefasta idolatria”.
São Pedro morreu crucificado em Roma, por ordem do imperador Nero, de cabeça para baixo por não se considerar digno de morrer como Cristo. O seu túmulo foi descoberto, após vastas escavações, em 1950.
Para além de ter sido o primeiro líder da Igreja, a seguir a Jesus Cristo (primeiro papa, portanto), São Pedro foi também o que teve o mais longo pontificado. Teria 34 anos quando assumiu a responsabilidade (era um ano mais velho do que Cristo) e ocupou o cargo até à sua morte, no ano 67. Foi martirizado por ordem do imperador Nero, crucificado de cabeça para baixo.
Os antipapas eram indivíduos que reivindicavam o título de Papa em oposição ao pontífice legitimamente eleito, muitas vezes apoiados por fações políticas, famílias poderosas ou grupos oposicionistas dentro da própria Igreja. O período com mais antipapas ocorreu entre os séculos XI e XV, quando disputas entre imperadores e papas levaram à nomeação de candidatos rivais. Ao todo, houve mais de 40 antipapas.
Ao longo da História, a Igreja Católica registou pelo menos cinco cismas, mas só dois causaram divisão substancial, perene e efetiva. Falamos do Cisma do Oriente (1054), que separou a Igreja Católica Romana da Igreja Ortodoxa Oriental e do Grande Cisma do Ocidente (1378-1417), período no qual múltiplos papas reivindicaram o trono de Pedro.
Mais de duas dezenas de papas morreram em circunstâncias misteriosas, mas seis foram confirmadamente assassinados. Estêvão VI (896-897) foi estrangulado, João XII (955-964) foi esfaqueado por um marido traído, Bento VI (973-974) e João XIV (983-984) foram estrangulados, e Gregório V (996-999) e Alexandre VI (1492-1503) foram envenenados.
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