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Caracas acusa EUA de atacarem petrolífera estatal para assumir controlo de petróleo

Declaração foi feita cinco dias depois de o Presidente venezuelano ter alertado para o "roubo descarado" de um petroleiro pelos EUA.

15 de dezembro de 2025 às 15:13

A petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) afirmou, esta segunda-feira, ter sido alvo de um "ciberataque com o objetivo de paralisar as suas operações", alegando tratar-se de uma estratégia dos Estados Unidos (EUA) para assumir o controlo do petróleo venezuelano.

"Esta não é a primeira vez que o Governo dos Estados Unidos, aliado a setores extremistas, tenta minar a estabilidade nacional e roubar o Natal ao povo venezuelano", referiu a empresa em comunicado.

Segundo a PDVSA, o ciberataque faz parte da estratégia dos EUA para "se apoderarem" do petróleo bruto venezuelano "pela força e pela pirataria".

A empresa rejeitou categoricamente o que chamou de "ato desprezível" orquestrado por interesses estrangeiros em conluio com atores apátridas que procuram minar o direito do país ao desenvolvimento energético, mas garantiu que as operações não foram afetadas.

Graças à "'expertise' do talento humano da PDVSA, as áreas operacionais não foram afetadas, tendo o ataque ficado limitado ao sistema administrativo", garantiu.

"A continuidade operacional da indústria é mantida através da implementação de protocolos de segurança que permitem o funcionamento regular do fornecimento de produtos ao mercado interno, bem como o cumprimento de todos os seus compromissos de exportação", sublinhou a empresa estatal.

A declaração foi feita cinco dias depois de o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter alertado para o "roubo descarado" de um petroleiro pelos EUA na costa venezuelana, na sequência da presença militar norte-americana no Mar das Caraíbas, que Caracas considera "uma ameaça" com o objetivo de provocar uma mudança de regime.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, a 10 de dezembro, que os EUA tinham intercetado e apreendido um petroleiro ao largo da costa da Venezuela, aumentando as tensões entre Washington e Caracas, que não mantêm relações diplomáticas desde 2019.

Posteriormente, o Governo venezuelano declarou que esse "novo ato criminoso se soma ao roubo da Citgo", subsidiária da PDVSA nos Estados Unidos, e anunciou que iria apelar aos organismos internacionais para denunciarem "este grave crime internacional".

Segundo o jornal norte-americano The New York Times, o petroleiro, de nome 'Skipper' e a navegar sob bandeira falsa (de um país diferente daquele onde a embarcação está registada), foi apreendido por ordem de um juiz dos EUA devido às suas ligações anteriores ao contrabando de petróleo iraniano, sancionado por Washington, embora nesta ocasião transportasse petróleo bruto venezuelano.

As tensões têm também sido aprofundadas pela atividade militar dos EUA na zona para alegadamente combater o narcotráfico.

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