Uma das vítimas mortais tinha 23 anos. As outras duas eram funcionárias da câmara municipal de Riozinho.
Um ciclone extratropical que se formou na quinta-feira ao largo do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no extremo sul do país, e se intensificou esta sexta, matou pelo menos três pessoas, deixou outras cinco desaparecidas e um grande rasto de destruição em dezenas de cidades, em algumas das quais caíram mais de 240 mm de chuva em poucas horas. Em Tramandaí, uma das maiores cidades do estado e também uma das mais atingidas, os ventos ultrapassaram os 200 km por hora, destelhando casas, derrubando árvores e postes e fazendo a chuva torrencial invadir inúmeros prédios pelas janelas.
As três mortes confirmadas até ao início da tarde desta sexta-feira ocorreram em São Leopoldo, na área metropolitana de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, e em São Sebastião do Caí. Em São Leopoldo, a vítima fatal foi um jovem de 23 anos eletrocutado por uma violenta descarga elétrica quando caminhava numa rua alagada para tentar procurar um lugar seguro. Em São Sebastião do Caí as vítimas foram dois funcionários da câmara municipal da cidade vizinha, Riozinho, cujo carro foi arrastado pela enxurrada.
Em pelo menos duas cidades, Sapiranga e Capão da Canoa, os feridos ficaram sem poder ser atendidos porque os hospitais locais foram inundados pela chuva torrencial que, empurrada pelo vento, entrou pelas janelas e forçou ainda a retirada de todas as pessoas que já estavam internadas. Em Maquiné, cidade no litoral norte do Rio Grande do Sul fortemente atingida, o autarca local, João Marcos Bassani dos Santos, começou na noite de quinta-feira a fazer apelos desesperados para que a população deixasse a cidade ou, pelo menos, que saísse de casa e tentasse encontrar refúgio em alguma parte alta da região, pois, como avançou, a edilidade não tinha bombeiros nem funcionários camarários suficientes para acudir a uma situação tão grave e de tão grande dimensão.
Os ventos e a chuva ininterrupta atingem principalmente o extremo sul e o litoral do estado, mas também os vales dos rios Caí, Paranhana, Sinos e Taquari, e, ainda e de forma intensa, a região metropolitana da capital, Porto Alegre. Nesta cidade, esta sexta-feira havia mais de 20 locais totalmente intransitáveis, ou pelo volume da água nas ruas ou por queda de árvores, e mais de 350 mil imóveis estavam sem energia elétrica, o que deixava tudo ainda mais aflitivo.
Em Santo António da Patrulha, 70 idosos tiveram de ser retirados de urgência na noite de quinta do lar onde vivem devido à quantidade de água da chuva que entrou no local. A situação era tão grave em algumas cidades, totalmente alagadas, que os gestores locais não conseguiam nem recorrer à saída habitual de transformar escolas e outros edifícios públicos em abrigos provisórios, pois a maioria estava inundada.
Por todo o estado, dezenas de estradas, entre elas a Rodovia BR 116, que liga ao resto do Brasil, estavam interditadas total ou parcialmente em vários pontos, e pontes foram arrancadas pelos ventos ou pela enxurrada que se formou sob elas. De acordo com a Proteção Civil, o ciclone deve começar a perder força no final desta sexta-feira, afastando-se para o oceano, mas o mau tempo vai permanecer.
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