De acordo com o chefe do Governo italiano, "existe de facto uma utilização política do gás, tal como uma utilização política do trigo".
O chefe do Governo italiano, Mario Draghi, acusou esta quinta-feira em Kiev a Gazprom de "mentiras", após dois dias de redução unilateral dos fornecimentos de gás pelo gigante russo à italiana Eni.
"Uma das explicações é que a manutenção [...] necessita de peças de substituição", declarou Draghi durante uma conferência de imprensa. "Nós, a Alemanha e outros [países] pensamos que são mentiras".
"Existe de facto uma utilização política do gás, tal como uma utilização política do trigo", denunciou ainda, numa referência aos cereais bloqueados nos portos ucranianos.
"Isso terá consequências, não imediatamente sobre o consumo, mas sobre o armazenamento", acrescentou.
O primeiro-ministro italiano exprimia-se na sequência de um encontro com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que decorreu em Kiev, ao lado do Presidente francês, Emmanuel Macron, do chanceler alemão, Olaf Scholz, e do Presidente romeno, Klaus Iohannis.
Previamente, o grupo italiano Eni tinha anunciado que a Gazprom apenas forneceria 65% das quantidades de gás solicitadas para o dia de hoje, e após ter reduzido em 15% as suas entregas na quarta-feira.
O grupo italiano precisou que, segundo a Gazprom, a impossibilidade de entregar as quantidades solicitadas foi motivada por "problemas" na estação de compressão de Portovaia, onde se efetua o reabastecimento do gasoduto Nord Stream I através do qual a empresa russa "transporta uma parte dos volumes [de gás] destinados à Eni".
Para justificar estes cortes, a Gazprom afirma ter sido forçada a desligar um equipamento do grupo alemão Siemens incluído no gasoduto, mas Berlim, o principal consumidor de gás russo na União Europeia, denuncia uma "decisão política" e um "pretexto" de Moscovo, num contexto de vivas tensões com os países ocidentais devido ao conflito na Ucrânia.
As exportações de gás russo em direção à Europa estão em baixa constante desde o início das sanções contra a Rússia. A Gazprom interrompeu as suas entregas de gás a diversos clientes europeus que recusaram pagar em rublos.
Cerca de metade das empresas estrangeiras que concluíram um contrato de fornecimento de gás com a Gazprom abriram uma conta em rublos junto do Gazprombank para garantir os seus pagamentos, assegurou em meados de maio o vice-primeiro-ministro russo Alexandre Novak, citado pela agência noticiosa Ria-Novosti.
O gigante energético italiano Eni, controlado em 30,3% pelo Estado, abriu uma conta em euros e uma outra em rublos no Gazprombank, com o objetivo de regularizar os seus pagamentos de fornecimento de gás russo no final do mês de maio, submetendo-se desta forma às exigências de Moscovo. Segundo o grupo, o pagamento foi feito em euros.
A Itália é muito dependente do gás russo, pelo facto de importar 95% do gás que consome, e com cerca de 40% proveniente da Rússia em 2021.
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