Espanhola foi perseguida pelo ex-companheiro de 27 anos que não aceitou o final da relação, marcada pela violência.
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Gemma Villalba Ruiz, de 22 anos, foi esfaqueada até à morte pelo ex-namorado Florian R., de 27 anos, na Alemanha. O corpo da vítima foi encontrado no dia 17 de agosto.
A jovem espanhola, natural de Madrid, namorou com o agressor durante cerca de ano e meio. Ambos residiam em Mannheim, uma cidade no sudeste alemão, para onde esta tinha emigrado em busca de trabalho. Cerca de um mês antes do crime acontecer, Gemma tinha colocado um ponto final na relação.
O homicídio teve lugar no apartamento que o casal havia partilhado, no quinto andar de um prédio. Quando a polícia - alertada por uma amiga da jovem - bateu à porta, Florian, um alemão de origem libanesa, atirou-se da varanda, numa tentativa de se suicidar. Ficou entre a vida e a morte, acabando por ser transportado para o Hospital de Mannheim.
As autoridades acreditam que o homicida tivesse cometido o crime um dia antes e que tenha mantido o corpo de Gemma escondido dentro de casa. Apesar de algumas marcas no pescoço e nos braços, o que mostra que a jovem se tentou defender, Florian não tinha vestigíos de sangue nas suas roupas, o que indica que provavelmente estivesse a pensar fugir.
Mensagens no Whatsapp denunciavam namoro violento
As mensagens que Gemma trocou com alguns amigos denunciavam a violência no namoro deste casal como algo frequente e já antiga. Através do Whatsapp, a espanhola chegou a partilhar fotografias de marcas de agressões das quais era vítima.
Em tom de desabafo com um amigo, a jovem queixava-se dos maus tratos e do facto do namorado gastar todo o dinheiro que tinham em álcool e máquinas de casino. "Estou farta", escrevia a jovem. Chegou a apresentar queixa na polícia por violência doméstica, mas acabou por a retirar quando este lhe pediu que o fizesse devido aos seus antecedentes criminais, que o poderiam colocar atrás das grades.
Mas tudo parecia estar resolvido quando Gemma terminou o namoro e foi viver para um quarto arrendado na cidade. Funcionária da Zara em part-time e prestes a candidatar-se à universidade, Gemma estava decidida a procurar um emprego noutro local para ficar longe do seu agressor e começar uma vida nova. Amigos próximos da vítima garantem que neste período em que estiveram separados, Florian ligava à ex-namorada compulsivamente de vários números de telefone diferentes.
Na tarde de 16 de agosto, a jovem recebeu uma mensagem do ex-namorado com a ameaça de que se esta não fosse buscar os seus pertences à casa que ambos partilharam - e que Gemma já tinha abandonado - Florian iria deitar tudo para o lixo. Nesse momento, a jovem estava a tomar café com Marcarena, uma amiga que tinha feito na Alemanha, e que tinha conhecimento de toda as agressões a que esta se tinha sujeitado.
Gemma decidiu ir até casa do ex-companheiro, e apesar da insistência da amiga em acompanhá-la, preferiu ir sozinha. "Estarei de volta dentro de uma hora", disse. No entanto, Gemma nunca mais voltou e Macarena chegou até a pensar que os dois tivessem reatado a relação.
Ainda assim, o facto de esta não responder às suas mensagens e não dar sinal de vida deixaram a jovem preocupada. No dia seguinte, telefonou para a polícia e explicou a situação. As autoridades, que já tinham sido chamadas a casa do ex-casal por situações de violência, foram até lá.
Quando chegaram ao local, depararam-se com o pior. Gemma estava morta. Florian tentou ter o mesmo destino, mas quis a vida que tal não acontecesse. Está internado em estado grave com poucas hipóteses de sobreviver e de ser condenado pelas suas ações em vida.
A família de Gemma tenta agora que os restos mortais da vítima sejam repatriados para Espanha, bem como Lola, a sua gata de estimação que nos últimos tempos ficou ao encargo do ex-companheiro que a usava como arma de arremesso contra a jovem.
Os parentes e amigos próximos de Gemma descrevem a madrilena como uma pessoa "positiva, alegre, amigável, inteligente e trabalhadora". "Era uma menina sem medo de viver", disseram.
Agora, o seu último desejo vai ser cumprido. Dias antes da sua morte, Gemma tinha comentado com uma amiga que não queria ser enterrada quando morresse, quase que a prever a tragédia que se abateu sobre si dias depois: "Quero que 'plantem' as minhas cinzas ao lado de uma árvore para que eu possa continuar a crescer e a dar vida".
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