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Juan Guaidó quer encontrar-se com Bolsonaro antes de regressar à Venezuela

Auto-proclamado presidente interino venezuelano deve chegar ao Brasil na noite desta quarta-feira.

27 de fevereiro de 2019 às 19:02

O auto-proclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, líder da oposição ao ditador Nicolás Maduro e que desde o fim de semana se encontra na Colômbia, quer reunir-se com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, antes de regressar a Caracas, na Venezuela. Guaidó deve chegar ao Brasil na noite desta quarta-feira e espera encontrar-se com Bolsonaro até sexta-feira.

Bolsonaro foi um dos primeiros chefes de Estado a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ter feito. Guaidó hoje já é reconhecido pelos governos de 50 países, mas não detém o poder de facto, pois todos os núcleos do poder e, principalmente, as Forças Armadas, continuam a ser comandados por Maduro.

No Brasil, Guaidó vai discutir estratégias de ação e estreitar os laços com Bolsonaro e com o vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, que tem sido um dos mais ativos interlocutores nas negociações internacionais para tentar realizar uma troca de poder na Venezuela sem o derramamento de sangue. Guaidó já avançou até a possibilidade de, como presidente interino, pedir uma intervenção militar de países aliados na Venezuela para depor Maduro, hipótese também defendida por Trump mas rejeitada em reunião na segunda-feira por Mourão e pelos países que fazem parte do chamado Grupo de Lima, 14 nações do continente americano que querem a saída do ditador venezuelano mas sem o recurso às armas.

No fim de semana passado, Guaidó comandou a partir da Colômbia uma tentativa fracassada de forçar a entrada na Venezuela de camiões carregados com alimentos não perecíveis e medicamentos enviados pelos EUA. Nicolás Maduro, evidenciando que ainda tem o apoio dos militares, fechou as fronteiras com tropas e tanques e, recorrendo à violência, impediu a entrada dos camiões que estavam na Colômbia e também os que estavam no Brasil, onde ocorreu tentativa semelhante.

Para tentar impedir Guaidó de ir à Colômbia e comandar essa tentativa frustada, a justiça venezuelana, aliada de Maduro, proibiu o presidente interino de deixar a Venezuela, sob pena de prisão se o fizesse. Por isso, há a possibilidade de Guaidó ser preso ao regressar ao seu país, pelo menos de forma legal, mas pode ser que ele o tente fazer pelo meio da selva, na imensa linha fronteiriça de mais de 2200 km entre o Brasil e o seu país.

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