Conheça as promessas eleitorais feitas pelo novo presidente norte-americano.
Oito anos como braço-direito de Barack Obama deram preparação a Joe Biden para enfrentar o desafio de liderar os EUA. Quando anunciou a entrada na coirrida às eleições presidenciais, Biden afirmou que a sua candidatura era fundada em defender duas ideias chave: os trabalhadores "que construíram este país" e os valores que podem reduzir a divisão que se sente a nível nacional nos EUA.
Saiba quais as propostas eleitorais do novo presidente dos EUA:
Imigração
A base neste ponto é, no fundo, desfazer o que Trump tem vindo a construir (e não apenas o muro…): Biden promete, logo nos primeiros 100 dias de mandato, reverter a política de Trump que permitiu que crianças e pais fossem separados na fronteira com o México, acabar com os limites no números de pedidos de asilo e acabar com a proibição de entrada no país de nacionais vindos de alguns países com população na sua maioria islâmica.
Joe Biden prometeu proteger os "Sonhadores", pessoas que entraram nos EUA ilegalmente quando eram crianças e cuja sua estadia em solo norte-americano foi garantido pela administração Obama, garantindo que poderão candidatar-se a apoios federais para os estudos.
Saúde
Também aqui é exatamente o oposto do que propões Trump: Biden diz que vai expandir o programa Obamacare, o projeto de Saúde Pública da anterior administração, com a implementação de plano que assegure serviços de saúde a 97% dos norte-americanos. Ainda que fique aquém das anteriores propostas de serviço de saúde universal, Biden promete dar a todos os cidadãos dos EUA a opção de adquirirem um seguro de saúde público semelhante ao Medicare existente no país, que dá benefícios e cuidados de saúde a idosos e baixar a idade de acesso precisamente a este seguro Medicare, dos 65 para os 60 anos.
Educação
Aqui Biden desvia bastante à esquerda: defende ensino pré-escolar universal gratuito, perdão de dívidas de estudantes relativamente a empréstimos para o ensino, expansão de universidades sem propinas.
Estas medidas seriam pagas com a anulação dos cortes nos impostos que Trump pôs em marcha.
Covid-19
Biden tem um robusto plano já definido para atacar a pandemia de Covid-19 nos EUA: defende a testagem grátis para todos, a criação de 10 centros de testagem em cada estado e a contratação de 100 mil pessoas para montar um serviço federal para identificar e acompanhar contactos de risco. É defensor da ideia de que todos os governadores devem declarar obrigatório o uso de máscara nos respetivos estados.
Os mais conservadores, que não gostam de intervenção do governo em assuntos de cada estado, podem acusá-lo de querer ir além das suas funções, mas a ideia segue em linha com o que Biden e o partido democrata defendem que deve ser o papel do governo.
Emprego, Economia e Finanças
A base de Biden neste ponto passa por aumentar o salário mínimo nacional e apostar nas energias ‘verdes’ e alternativas.
Para enfrentar os efeitos da Covid-19 na economia dos EUA, Biden afirma que vai gastar "tudo o que for necessário" para garantir empréstimos e moratórias de créditos a microempresas e aumentar os apoios diretos, em dinheiro, às famílias. Há também no menu de propostas acabar com os cortes nos impostos aplicados por Trump e aumentar os pagamentos da Segurança Social aos norte-americanos em 200 dólares.
As políticas económicas, que Biden diz serem orientadas pelo mote "Voltar a Construir Melhor" (No original, "Build Back Better"), procuram agradar a dois grupos eleitorais muito importantes para os democratas: os jovens e os trabalhadores ‘de colarinho-azul" (setores da construção, industria fabril, manutenção, etc.).
Neste aspeto, propõe aumentar o salário mínimo para 15 dólares/hora e quer aumentar o investimento em energias renováveis e ‘verdes’ para dois biliões de dólares, defendendo que o investimento servirá para manter empregos na área da manufatura e produção industrial e ajudar os trabalhadores destas áreas.
Importações e Exportações
Aqui há alguns pontos de contacto com Trump (mas muito poucos!). Prometeu Biden 200 mil milhões de dólares para compra de produtos produzidos nos EUA, para além de reforço na campanha "Compre Americano", também em novos projetos relacionados com transportes e indústria automóvel.
O plano de Biden prevê investimento do governo no valor de 300 mil milhões para produção de materiais, serviços, pesquisa científica e investigação feitos em solo norte-americano.
Relações Internacionais
Biden quer manter o foco primeiro no que é interno, mas é inegável que vá manter a posição multilateralista, ao invés do isolacionismo que Trump tem buscado. Está nos planos reforçar as alianças danificadas pela administração Trump, em particular com os membros da OTAN.
A China também é preocupação de Biden, que considera que o país deve ser responsabilizado pelas políticas de comércio "injustas". Propõe, em vez de aumento de taxas e impostos nos bens importados, uma aliança com outras democracias que a China "não possa ignorar". Mas ainda não explicou que "democracias" são estas. Estará também previsto o incremento das relações com a Europa e a própria União Europeia.
Ambiente
Mais uma vez, desfazer o que Trump foi fazendo: o plano de Biden é voltar imediatamente a fazer parte do Acordo de Paris pelas Alterações Climáticas e assim juntar esforços com o resto do mundo mas reduzir as emissões de dióxido de carbono, cortando as emissões de gases de estufa até 28% até 2025.
Apesar de não alinhar no Green New Deal (O Novo Acordo Verde) do seu partido, propõe investimento de 1.7 biliões na investigação científica para desenvolvimento de energias ‘verdes’, renováveis e alternativas nos próximos 10 anos. A ideia é atingir as 0 emissões de gases de efeito de estufa em 2050.
Justiça e racismo
Biden acredita que o racismo é um problema no país e defende que a forma de lidar com a questão é através de programas de apoio económico e social, de alta abrangência, para apoiar minorias (o "Voltar a Construir Melhor" prevê projetos de apoio empresarial para minorias com fundo de investimento de 40 mil milhões de dólares).
Em termos de reformas na Justiça, Joe Biden propõe redução de penas de prisão, atacar as disparidades raciais, de género e também salariais no sistema judicial norte-americano e a reabilitação de ex-reclusos, tendo em vista a sua rápida integração na sociedade.
Entre as medidas estão também um fundo de 20 mil milhões para que os estados sejam incentivados a reduzir penas de prisão, abolir penas mínimas obrigatórias de prisão, descriminalização da canábis e eliminação de registos criminais relacionados com consumo e/ou tráfico de marijuana. Também o fim da pena de morte nos EUA é objetivo do candidato democrata.
Biden rejeita os apelos de radicais do partido de retirar fundos à polícia e argumenta que se deve procurar usar os recursos existentes para aumentar o padrão de exigência pedido às autoridades. Defende, no entanto que algum financiamento à polícia deve ser alocado a serviços sociais, apoio à saúde mental e investimento de 300 milhões em programas específicos de policiamento de comunidades.
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