Ligação do tenente-coronel Correia a grupos bolsonaristas radicais foi descoberta por peritos federais.
Num novo episódio que evidencia a infiltração de militares apoiantes de Jair Bolsonaro nos círculos mais próximos a Lula da Silva, a Polícia Federal descobriu que um tenente-coronel da segurança pessoal do actual presidente brasileiro participou num grupo de Whatsapp que planeava dar um golpe de Estado contra o mandatário. O oficial chegou a acompanhar Lula em cinco viagens internacionais antes de se saber que é seguidor de Bolsonaro.
Num relatório entregue pela Polícia Federal à presidência da República, e que provocou a imediata exoneração do oficial, a corporação avança que o tenente-coronel André Luís Cruz Correia fazia parte de um grupo de oficiais superiores das Forças Armadas que discutiam dar um golpe de Estado no ano passado, após a derrota de Jair Bolsonaro nas presidenciais de Outubro, para impedir a tomada de posse do vencedor, Lula da Silva, em 1 de Janeiro deste ano.
Nesse grupo, acrescenta a Polícia Federal, também se arquitectavam ataques a membros dos tribunais superiores, principalmente ao juiz Alexandre de Moraes, que é, ao mesmo tempo, quem comanda processos contra Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, STF, e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, que há dois meses condenou o antigo chefe de Estado à inelegibilidade por oito anos, tirando-o da disputa das presidenciais de 2026.
A ligação do tenente-coronel Correia a grupos bolsonaristas radicais foi descoberta durante as investigações realizadas por peritos federais nos telemóveis do também tenente-coronel Mauro Cid, que por quatro anos foi ajudante do então presidente Jair Bolsonaro.
Através dessa investigação, a Polícia Federal já descobriu outros grupos de militares extremistas, que articulavam uma ruptura democrática para impedir que Lula da Silva tomasse posse e para perpetuarem Bolsonaro no poder como ditador, o que só não aconteceu porque oficiais generais das Forças Armadas não aceitaram participar.
O oficial agora exonerado, mas que o Exército recusou punir, optando por colocá-lo em um novo cargo no Comando-Geral, cuidava pessoalmente da segurança de Lula desde o final de março, quando foi transferido da Bahia, onde servia, e foi colocado na segurança presidencial numa manobra que levantou muitas interrogações, e planeou toda a segurança presidencial em viagens nacionais e internacionais até esta semana. Ele esteve ao lado de Lula, com acesso irrestrito ao presidente, por exemplo nas recentes viagens à Bélgica, Colômbia e Argentina.
Desde que Lula da Silva tomou posse, dezenas de militares, entre eles vários generais e outros oficiais superiores, foram exonerados do Gabinete de Segurança Institucional, GSI, o órgão responsável pela segurança presidencial, por envolvimento com o antigo presidente e até com ataques às instituições.
Vários desses militares afastados pelo novo governo foram apanhados a facilitar a entrada dos milhares de bolsonaristas ultra radicais que a 8 de janeiro, já com Lula no cargo, invadiram e vandalizaram brutalmente o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o palácio presidencial, exigindo que as Forças Armadas tomassem o poder e reconduzissem Jair Bolsonaro à presidência.
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