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Rússia em silêncio sobre proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia

Trump ameaça resposta financeira “devastadora” se a Rússia recusar acordo.

13 de março de 2025 às 01:30

A Rússia recusou, na quarta-feira, pronunciar-se sobre a proposta norte-americana para um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, afirmando que “aguarda pormenores” da Administração Trump.

“Os enviados norte-americanos disseram que nos iam enviar informações detalhadas, através de vários canais, sobre o teor das negociações que decorreram na Arábia Saudita. Primeiro, temos de receber essas informações”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusando fazendo qualquer comentário adicional sobre a proposta acordada entre os EUA e a Ucrânia, que prevê a cessação total das hostilidades durante um período de 30 dias.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que participou nas negociações, avançou que, na quarta-feira, mesmo as autoridades norte-americanas iam contactar as suas congéneres russas para dar todas as informações necessárias. “Aguardamos ansiosamente pela resposta e exortamos fortemente a que considerem cessar todas as hostilidades. Se disserem que não, então, obviamente, teremos de avaliar a situação e tentar perceber quais são suas verdadeiras intenções. Isso dir-nos-á muito sobre os seus objetivos e a sua posição [sobre o fim do conflito]”, afirmou o chefe da diplomacia dos EUA.

Já o Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que representantes da sua Administração “estão a caminho de Moscovo” e indicou que recebeu “mensagens positivas” sobre a possibilidade de uma trégua. “Espero que a Rússia concorde com o cessar-fogo. Se o fizer, julgo que teremos percorrido 80% do caminho para acabar com este horrível banho de sangue”, afirmou Trump, avisando que as consequências serão “devastadoras” para a Rússia se decidir continuar com a guerra. “Há coisas muito desagradáveis que poderíamos fazer em termos financeiros. Seria muito mau para a Rússia”, ameaçou.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quarta-feira esperar “medidas pesadas” dos EUA contra a Rússia se Vladimir Putin rejeitar o cessar-fogo. “Os EUA deram a entender que haverá medidas duras. Não conheço os pormenores, mas estão relacionadas com sanções e o reforço da posição da Ucrânia”, avançou Zelensky.

Ajuda militar dos EUA retomada

O MNE polaco confirmou, na quarta-feira, que o envio de ajuda norte-americana à Ucrânia através da base de Jasionka, na Polónia, já foi retomado, após o acordo alcançado entre os EUA e a Ucrânia na Arábia Saudita. “O envio de armas através da base de Jasionka voltou aos níveis anteriores”, diz Radoslaw Sikorski.

Ataque em Odessa ataque faz quatro mortos

Quatro pessoas morreram, na quarta-feira, num ataque russo com mísseis contra um navio que estava a carregar cereais no porto de Odessa, no Sul da Ucrânia. As vítimas, de nacionalidade síria, faziam parte da tripulação do cargueiro atingido. Kiev denunciou “ataque à segurança alimentar global”.

Forças de Kiev em risco de perder Kursk

As forças russas continuam a avançar na região de Kursk e terão retomado, na quarta-feira, o controlo da estratégica cidade de Sudzha, forçando as tropas de Kiev a recuar em direção à fronteira ucraniana. “As Forças Armadas ucranianas estão a retirar-se de Kursk. Até sexta-feira não restará mais nenhum soldado”, afirmou o blog militar ucraniano ‘Skadovskyi Defender’, cujas informações são habitualmente credíveis.

Várias fotos e vídeos publicados nas redes sociais mostram militares russos a hastearem a bandeira nacional no centro de Sudzha, que estava nas mãos das forças ucranianas desde agosto, quando a Ucrânia lançou uma incursão-supresa na região fronteiriça russa. As autoridades russas confirmaram ainda a tomada de mais cinco localidades na região.

A confirmar-se a perda do território conquistado em Kursk, trata-se de um significativo revés para as forças ucranianas e para o Governo de Kiev, que esperava usar aquele território como moeda de troca pelas suas regiões ocupadas pela Rússia em futuras negociações de paz. Ainda esta semana, o chefe do Estado-Maior ucraniano, general Oleksandr Syrskyi, tinha garantido que a situação na região de Kursk estava “sob controlo”, minimizando os avanços russos.

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