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Carlos Rodrigues

Carlos Rodrigues

Diretor

Com o elogio a Soares, estará o almirante a tornar-se um político astuto?

20 de outubro de 2025 às 00:32

É certo que o apoio já devia ter vindo há mais tempo, porque esta candidatura faz todo o sentido para o Partido Socialista de José Luís Carneiro, moderado e ciente da sua História centrista. Aliás, o líder é, ele próprio, oriundo desse conjunto de políticos defensores de acordos de regime sob a égide do bloco central, a que se convencionou chamar de ‘seguristas’ devido ao curto período histórico em que chefiaram os destinos do partido. Mas o atraso na declaração de apoio do PS, ou a demora, acabou por ajudar o candidato, que assim se pôde afirmar como superior ao partido, e, de alguma forma, chega a esta pré-campanha com a aura de se ter imposto aos deserdados do ‘costismo’, cada vez mais preocupados com a possibilidade de Seguro vir a chefiar o Estado. Ora, esta imagem de Sampaio dos tempos modernos calha bem ao candidato agora suportado pelos socialistas. E a verdade é que Seguro tem uma real hipótese de chegar a Belém. À esquerda, ele vai funcionar como grande agregador de votos, porque as alternativas são débeis e de nicho. Enquanto isso, a direita está verdadeiramente pulverizada. Provavelmente, foi essa intuição de que o candidato do PS não pode ficar sozinho à esquerda que levou Gouveia e Melo a elogiar e a assumir-se como herdeiro de Mário Soares, numa das jogadas mais inteligentes da sua candidatura, até ao momento. Estará o almirante a tornar-se um político astuto?

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