Agora, com o frio que antecede o Natal, vêm as gripes e os resfriados e recordo como Dona Ester, minha mãe, acreditava que pessoas bronzeadas não só resistiam melhor aos contratempos como, também, transportavam um certo ideal de beleza que contrariava a palidez e a tendência para a neurastenia. Assim, segundo a sua bula médica, o sol e o iodo de Vila Praia de Âncora, Afife ou Moledo eram, convenientemente administrados, uma espécie de vacina – e uma prevenção contra os estados depressivos e a tendência para a poesia lúgubre (que ela achava um dos grandes defeitos portugueses). Esta medicina foi aplicada pelo tempo fora, sendo Moledo o hospital e a fonte de todos os milagres. Não era um tempo melhor ou pior do que o de hoje – era a época de Dona Ester. O velho Doutor Homem, meu pai, concordava com a terapêutica desde que, à mesa do jantar, nos apresentássemos em ordem e com gramática. Hoje, passados setenta anos, recordo essa derradeira ventania da memória.
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Tirando a internet, na verdade não aprendemos nada de novo
Eu não discuto porque ela vê muitos debates pela televisão.
A fotografia do caçador de borboletas ainda existe.
Havia na sua índole de céptico um certo exagero, uma questão de estilo, um modo de ser
As dunas de Moledo são ainda um lugar de passeio.
Começava por visitar timidamente o seu guarda-roupa de Outono.
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