Volto aos meus qu ase 72 anos. Se recuso a decrépita tendência dos velhos como eu para verem o mundo de hoje com uns óculos tintados de negrume, não deixo de ser sensível ao que se perdeu e acabou do mundo que me formou e exaltou o meu imaginário. Morreu, por exemplo, Mario Vargas Llosa. Ficam os romances. Talvez volte a ler ‘A Festa do Chibo’, ou melhor, ‘Pantaleão e as Visitadoras’. Mas não voltaremos a ver a figura bela e comunicativa de Llosa. Não o voltaremos a ouvir dizer que as entre as 6 e as 8 da manhã é o melhor momento do dia para se ler. Ou que ‘Madame Bovary’ foi o livro que lhe mudou a vida, mas que também louva maus livros, como os de Dumas, por lhe terem enchido a infância de espadas, coragem e heroísmo. Sim, o meu velho mundo extingue-se: eis o que torna a nossa morte mais fácil e desejada.
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