O Sr. Camilo Castelo Branco, por sua vontade, teria assinalado 200 anos de vida em março passado. Não que fosse pessoa de festejos, mas por pirraça. Lembrei-me de Camilo ao fim de uma semana de leitura de jornais, porque reparo que ele nos faz muita falta como novelista e folhetinista, mesmo a escrever de outro século: encheu os seus livros de canalhas e de cafajestes, sempre a flutuar nos abismos da moral (as pessoas maravilhosas também lá estão, claro). No seu primeiro romance, ‘Anátema’ (1851), deitado ao lado da mulher, o sapateiro João Rodrigues Cambado anuncia-lhe: “Vou fazer-me ladrão.” E cumpriu. Em ‘Vingança’ (1858), outro romance, alguém diz: “Esta gente faz-me ladrão!” Neste país, os patifes aprendem depressa a lição. Ler Camilo, por isso, é muito útil. Encontramos todos os dias os habitantes das ‘Novelas do Minho’, de ‘A Queda dum Anjo’ ou do ‘Eusébio Macário’: na política, no mundo dos negócios, nos processos dos tribunais. A linguagem muda, sim – mas o resto continua lá, como um veneno sem antídoto.
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