Lembram-se da Curraleira? É só um exemplo. Um dos maiores e mais antigos bairros de barracas de Lisboa afundava-se no cimo da Morais Soares, pouco depois da Paiva Couceiro, pelo vale, a ver o Tejo. Não ficava longe do centro histórico. As pessoas que lá viviam foram realojadas nas costas da cidade e praticamente desde aí - e apesar de todos os defeitos dessas opções de urbanismo - nada de verdadeiramente relevante foi feito em Lisboa no século XXI, a não ser o que surgiu à boleia do turismo e dos investimentos dos privados no setor premium. Num país onde o ordenado médio fica aquém dos 2000 euros – ou seja, aquilo que ganham professores, policias, enfermeiros ou jornalistas - a estratificação social, cada vez mais, se baseará simplesmente na luta por um teto. O problema já não é só na capital. O pacote do governo que prevê calibrar o mercado com mexidas em sede fiscal não deixa de ser interessante, mas vai-nos ao bolso. A ver vamos. É preciso que o Estado faça. Dados da União Europeia mostram que ao passo que em Portugal, Grécia ou Espanha, a despesa pública com a habitação é menos de 1% do PIB, nos Países Baixos, na Suécia ou no Reino Unido, os governos gastam mais de 3%. E está tudo dito.
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