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Armando Esteves Pereira

Armando Esteves Pereira

Diretor-Geral Editorial Adjunto

Rotativismo contra o Chega

28 de março de 2024 às 00:31

PSD e PS chegaram a acordo quanto à presidência da Assembleia da República com um modelo rotativo. Não é uma coisa inédita: na primeira versão da AD, Leonardo Ribeiro de Almeida (PSD) deu lugar a Francisco Oliveira Dias (CDS) e no tempo do bloco central o socialista Tito de Morais cedeu o cargo ao social-democrata Fernando Amaral.

Este acordo significou um chega para lá ao partido de André Ventura. Luís Montenegro preferiu negociar com o PS do que aparecer publicamente a acertar lugares com André Ventura. O primeiro-ministro indigitado não quer ficar refém do partido mais à direita. No novo xadrez político PS e PSD fizeram uma jogada de regime, tentando ostracizar Ventura. Mas o jogo ainda só agora começou e ainda é muito cedo para fazer prognósticos. Mesmo que o novo Governo tente evitar o Parlamento, fica sempre dependente dos votos (ou abstenção) do PS ou do apoio do Chega. Se no próximo outono nenhum deles der aval ao Orçamento, o Governo cai, mas essa é uma jogada arriscada e pode repetir-se o que aconteceu em 1987, quando Cavaco Silva humilhou o PS e evaporou o PRD.

O Chega também pode capitalizar o ostracismo e ofuscar o PS como líder da oposição. Uma coisa é certa, o sistema de três grandes partidos não é o mais natural, há uma tendência humana para a bipolarização social. E neste jogo qualquer erro de liderança pode ser a morte política de um dos três grandes partidos.

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