Foi uma semana muito interessante no que toca ao julgamento de Sócrates. Das testemunhas ouvidas, fica a ideia de que gastava à grande e à francesa. O episódio mais insólito, contudo, não o envolve diretamente. Surgiu através do testemunho da funcionária de um hotel, onde Sócrates era cliente habitual. Vale a pena recordá-lo: “Lembro-me de estar acompanhado por uma pessoa, o primo, o Sr. Sousa. Fiz uma vez o ‘checkout’. O pagamento foi feito pelo primo, com dinheiro retirado de uma mala. O preço rondava os 20 mil euros.” O história terá mais de dez anos, o que dá (ainda) maior dimensão ao número: 20 mil euros! Mas verdadeiramente fantástico foi a forma de pagamento. O primo abriu uma mala e tirou de lá 20 mil euros. Não se sabe se ficou vazia, se ainda havia lá mais 20 mil euros, ou o dobro, ou o triplo. A pergunta parece óbvia. Mas quem é que vai para um hotel, passar uns dias, com 20 mil euros numa mala? E de onde veio tanto dinheiro? Também se ficou a saber que o antigo líder do PS ‘estourou’ 75 mil euros em três meses; que a sua mãe lhe transferia “dezenas de milhares de euros”; que não teria consciência do saldo da conta. Mais do que o depoimento dos arguidos, as testemunhas - sobretudo as de gente anónima, mas que lidaram diretamente com Sócrates - vão ser fundamentais para a decisão final. É que, como recordou a juíza a uma testemunha hesitante, “se sabe, tem de responder com verdade”, sob pena de estar a cometer um crime.
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