Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoOs preços das casas sobem tanto há vários anos, que já passaram valores estratosféricos, principalmente nas grandes áreas metropolitanas e nas zonas mais pressionadas pelo turismo.
No caso de Lisboa, cidade na moda das invasões turísticas e local paradisíaco para expatriados milionários, a pressão é tão grande que uma simples estatística mostra a crua verdade: a cidade expulsa os seus cidadãos, porque o esforço necessário para ter acesso à habitação ultrapassa o rendimento disponível. O outro lado da moeda é que os proprietário de casas estão estatisticamente mais ricos.
Mas as jovens famílias têm a vida cada vez mais dificultada e mesmo nos concelhos limítrofes da área metropolitana, onde até há duas décadas, pessoas de rendimentos mais modestos conseguiam casa própria a preços razoáveis, agora vendem-se T2 usados como se fossem apartamentos de um palácio real.
A subida de 19% dos preços das casas registada desde o ano passado é resultado de vários factores, mas a inércia das autoridades políticas, quer Estado, quer autarquias tem a maior culpa no cartório.
No caso de Lisboa, se não houver rapidamente mais oferta de casas, quer para venda, quer para arrendamento, a cidade continuará a expulsar as famílias mais pobres e a classe média. Será cada vez mais uma Disneylândia de plástico com colinas para os turistas, mas perderá a alma.
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