Contados os votos é tempo de o País seguir a normalidade democrática, algo que não tem conseguido nos últimos anos. Cabe a Luís Montenegro encontrar uma solução governativa, se possível melhor do que a anterior, com menos erros de casting. Parafraseando Drummond de Andrade, podemos perguntar: "E agora, Luís?".
Não é tempo para ilusões, os desafios que se apresentam pela frente são hercúcleos. Além dos já conhecidos problemas, do caos nos serviços de saúde, da falta de habitação, do inverno demográfico e das conhecidas debilidades económicas, 2025 veio mudar o contexto global e trazer novas ameaças. A guerra tarifária já está a provocar uma travagem na economia mundial.
Se continuar a deriva protecionista, as exportações nacionais vão sofrer, não só as destinadas aos Estados Unidos, como na Europa, que será mercado de substituição para as exportações asiáticas afastadas da América. Um dos setores mais importantes da indústria portuguesa, o do setor automóvel e dos seus componentes, pode mergulhar numa crise profunda.
A solução alemã para a crise industrial é aproveitar o reforço no investimento da defesa. Mais dinheiro para armas pode não contar para o défice, mas será pago pelos contribuintes. Num país pobre e com tantos dramas sociais e falta de esperança, se o futuro governo não tiver sucesso, o País arrisca entrar numa voragem populista.
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