Quando um primeiro-ministro repreende jornalistas que lhe fazem perguntas sobre a sua empresa, em plena campanha, percebe-se que a sua relação com a liberdade de imprensa é fraquinha. Já se tinha percebido o mesmo quando insinuara que os jornalistas recebem perguntas tenebrosas dos inimigos do Governo nos seus auriculares. O padrão completa-se nas críticas que fez, no Pontal, a quem dividiu ecrãs de televisão entre os fogos e as imagens da festa laranja. Imagens que mostravam um Governo e um partido embevecidos com a imagem de si próprios. Agora, o padrão progride na opacidade dos documentos essenciais ao escrutínio público, jornalístico ou outro. Progride na procura de uma mordaça administrativa que silencie quem busca alguma verdade no caso da Spinumviva e nas declarações de rendimentos e interesses do primeiro-ministro.
Montenegro não quer que se saiba quem são os clientes da empresa, mas também não quer que se saiba como construiu o património dos seus 55 prédios. Que a Entidade para a Transparência lhe dê guarida na pretensão é um retrocesso inaceitável na ideia de defesa do interesse público. Um retrocesso protagonizado por este PSD, que vive da propaganda e para a propaganda, que convive muito bem com todo o tipo de interesses económicos, mas está cada vez mais longe das exigências mais básicas da democracia, como o escrutínio público e o respeito pela liberdade de imprensa.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Montenegro não pode colocar-se à margem do que se passa na Saúde.
Mais de 80% da riqueza está concentrada em menos do 20% do território.
Vitória de Zohran Mamdani em Nova Iorque vai polarizar ainda mais o partido democrata.
Juíza empurrou defesa de Sócrates para episódio caricato.
Mesmo que tivesse sete vidas políticas, a ministra da Saúde já as desperdiçou todas.
Ficamos a saber o que a ministra pensa sobre o valor da vida das “recém-chegadas a Portugal" .