Conheci o jornalista João Paulo Guerra há muitos anos, privei pouco com ele, aprendi a admirá-lo. O João Paulo era muito amigo de um amigo meu, Fernando Semedo, grande jornalista prematuramente desaparecido em 1994, aos 39 anos. Conheci-os no ‘Público’ e cada um à sua maneira, pertencendo a gerações diferentes, o João Paulo era 12 anos mais velho do que o Fernando, influenciou muitos jovens jornalistas. Mostraram-nos a importância da palavra, da humildade profissional, da coerência, da liberdade, da independência, da aprendizagem permanente, do prazer da leitura e da escrita, da força da pergunta e da memória. João Paulo Guerra, homem da rádio, dos jornais, da televisão, escreveu excelentes livros no que à memória e ao jornalismo respeitam. Um deles, ‘Operação África’, com Fernando Semedo. E mesmo quando se aventurou na ficção, com o belíssimo livro ‘Romance de uma Conspiração’, estavam lá todos os mecanismos da memória e da investigação jornalística enquanto armas de denúncia das tiranias. Nesta hora triste, em que parte, fica-nos uma carreira e uma obra que será sempre um padrão ético e profissional, uma luz diferente que nos pode guiar em tempos de alguma confusão em torno da profissão de jornalista.
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