As declarações de Hugo Soares sobre o jornalismo, feitas perante um passivo Vítor Gonçalves, são um dos episódios mais graves das últimas décadas na relação do poder político com o jornalismo. O epígono Soares segue as pisadas do mestre Montenegro na desvalorização do jornalismo, mas vai mais longe. Atiça os ânimos contra os jornalistas, desata um discurso de ódio contra estes profissionais, mete-os no saco da desinformação. Soares, o homem que não está na política em exclusividade, que anda na sua vidinha de advogado de negócios, que dá a mão a velhos colegas, generoso, mesmo quando são alvo de buscas no seu próprio escritório, defende maior escrutínio sobre os jornalistas, mas está enganado. Os jornalistas já são escrutinados, todos os dias, pelos tribunais, pela ERC, pela comissão da carteira, pelo conselho deontológico e, claro, pelos leitores. Os jornalistas passam a vida em tribunais. Respondem por tudo e por nada. As empresas são, cada vez mais, obrigadas a fazer provisões em processos cíveis. Soares queria mostrar brilho argumentativo ao mestre, mas enganou-se no alvo. Quem carece de verdadeiro escrutínio são políticos como Soares, cada vez mais protegidos por leis que elaboram em causa própria, como a da transparência e do acesso a dados pessoais. E pelo mais que há de vir, agora que prometem codificar as leis da comunicação social. Mas não se iluda. Cá estaremos para dar a devida resposta.
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