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Alexandra Leitão diz que Pedro Nuno Santos "aposta num Estado transformador" com equilíbrio orçamental

"Só uma economia sofisticada poderá pagar melhores salários", disse a deputada.

06 de janeiro de 2024 às 15:41

Alexandra Leitão, coordenadora da moção do secretário-geral do PS, afirmou este sábado que o projeto de Pedro Nuno Santos "aposta num Estado transformador, que invista em infraestruturas" e com apoio às empresas, mantendo o equilíbrio orçamental.

"O PS para o futuro é um partido de continuidade e de renovação para construir uma social-democracia transformadora", afirmou Alexandra Leitão, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde decorre desde sexta-feira o 24.º Congresso Nacional do PS.

Numa intervenção para apresentar a moção política de orientação nacional de Pedro Nuno Santos, intitulada "Portugal inteiro", a deputada do PS descreveu-o como um documento que "assenta numa visão progressista e reformista para Portugal" e acentuou a ideia de que tem uma "lógica de continuidade com renovação".

O projeto do novo secretário-geral do PS "aposta num Estado transformador, que invista em infraestruturas e tenha uma estratégia de inovação que apoie as empresas" para "graduar o perfil produtivo e reindustrializar" a economia portuguesa, acrescentou.

"Só uma economia sofisticada poderá pagar melhores salários e ter condições de trabalho mais dignas, tanto no setor privado como no setor público", argumentou Alexandra Leitão.

O PS vai "investir mais nos serviços públicos", para garantir um Serviço Nacional de Saúde (SNS) "universal, forte e resiliente", uma escola pública "de qualidade", bem como "um sistema público de pensões sustentável e uma forte pública de habitação que assegure a todos uma habitação digna", prosseguiu.

"E vamos continuar e intensificar o combate à pobreza, reforçar os apoios aos idosos e apostar nos jovens", prometeu.

A ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública ressalvou, depois, que o equilíbrio orçamental não será posto em causa pela nova liderança do PS.

"Alavancar o crescimento económico, investir nos serviços públicos e reforçar direitos sociais, mantendo controlo da despesa pública e a trajetória do défice orçamental e da dívida pública -- este é um equilíbrio possível, este é um equilíbrio desejável e este é um equilíbrio que vamos cumprir", declarou.

Sobre a regionalização, defendida na moção de Pedro Nuno Santos, a deputada do PS considerou que deve ser concretizada, "se possível, alicerçada num amplo consenso político e social", a par da descentralização, "como formas de criar e reforçar níveis intermédios, regionais e locais, de decisão, legitimados democraticamente, que prossigam os interesses das populações e dos territórios que representam".

No quadro da União Europeia, disse que "o PS continuará a honrar a sua vocação de partido pró-europeu e empenhar-se-á em prosseguir o caminho rumo a uma Europa mais inclusiva, solidária e sustentável", com "uma participação solidária, exigente e propositiva no processo de integração europeia".

No fim da sua intervenção, Alexandra Leitão assinalou que "2024 é um ano cheio de safios eleitorais", com eleições nos Açores, legislativas e europeias e afirmou: "Não nos deixaremos intimidar nem tolher. Este Congresso marca o início de um caminho vitorioso para esses atos eleitorais".

Além da moção política de orientação nacional de Pedro Nuno Santos, estão em debate no Congresso do PS as moções de José Luís Carneiro e Daniel Adrião, candidatos derrotados à liderança do PS, que serão votadas em alternativa no domingo.

O 24.º Congresso Nacional do PS marca a transição da liderança do partido de António Costa para Pedro Nuno Santos, que foi eleito secretário-geral nas eleições diretas de 15 e 16 de dezembro, com 61% dos votos, contra José Luís Carneiro, que teve 37%, e Daniel Adrião, que teve 1%.

Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa do cargo primeiro-ministro, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

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