Para o candidato, um dos principais papéis de um chefe de Estado "é acompanhar a governação, com exigência, com equilíbrio e com sentido de Estado".
O candidato presidencial Gouveia e Melo avisou esta quarta-feira que o futuro Presidente não pode ser "Cavalo de Troia" de um partido, ou um demagogo populista, contrapondo que tem de dominar os assuntos de Defesa e inspirar segurança.
Estas posições foram defendidas pelo ex-chefe de Estado Maior da Armada no discurso que encerrou a sessão de apresentação do manifesto político da sua candidatura, evento que se realizou no ISCTE, em Lisboa, e que contou com a presença do seu mandatário nacional, o ex-presidente do PSD Rui Rio.
"Precisamos de um Presidente [da República] que compreenda o mundo, que tenha uma visão clara, que domine os assuntos da defesa e que saiba orientar o país com segurança e confiança. Sem alarmismos, sem demagogia, mas, acima de tudo, com total transparência. O Presidente não pode ser hesitante, nem um cata-vento, muito menos um demagogo ou populista", declarou.
Mas Gouveia e Melo foi mais longe, designadamente nos recados que deixou aos candidatos presidenciais apoiados por partidos.
Começou por dizer que "os partidos são importantes na democracia".
"Mas, se não ter ligações aos partidos, é estar fora do sistema, então eu estou fora do sistema. Mas se o sistema é a democracia, as instituições e uma sociedade livre, então é claro que eu faço parte desse sistema", frisou, recebendo palmas da plateia.
Para Gouveia e Melo, um dos principais papéis de um chefe de Estado "é acompanhar a governação, com exigência, com equilíbrio e com sentido de Estado".
"O Presidente não pode ser o Cavalo de Troia de qualquer partido. Não está na Presidência para dizer sim a tudo, nem para derrubar governos à primeira oportunidade. Está lá para defender os interesses dos portugueses, para exigir em nome do povo uma governação responsável, que resolva os problemas das pessoas e sirva o bem comum", completou.
Pela sua parte, a Presidência da República não é encarada "como uma reforma dourada de uma carreira política, nem como um palco de vaidades e muito menos como palco de intrigas".
"Vejo-a como missão ao serviço de Portugal. A política não é o diz que disse. A política verdadeira é servir, é lutar pelos altos desígnios da nossa pátria", contrapôs.
Na parte programática da sua intervenção, o ex-chefe de Estado Maior da Armada defendeu um Estado que não asfixie os cidadãos com impostos, burocracias e indiferença, propondo "uma reforma séria da administração pública, que ofereça serviços de qualidade, mas também valorize quem serve o Estado".
"Devemos dignificar quem está na saúde, na educação, nas forças de segurança, nos bombeiros, na defesa e em tantas outras áreas. Devemos acabar de vez com a ingratidão perante os antigos combatentes que deram tudo pela pátria", declarou, recebendo novo prolongado aplauso.
Henrique Gouveia e Melo criticou depois o estado da justiça, advertindo que "só cumprirá a sua função se for acessível a todos e decidir em tempo útil, sem espetáculos mediáticos, nem fugas de informação, que mais parecem dirigidas por agendas nada relacionadas com os fins da própria justiça".
"Porque uma justiça em que o povo não confia é um fator para uma democracia enfraquecida - e isso nós não queremos", salientou, antes de defender o papel do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Enfraquecer o SNS será um erro trágico, que colocaria em risco a coesão social", considerou.
Neste contexto, o almirante falou sobre as relações laborais para vincar que "as pessoas não são uma mera mercadoria transacionável no mercado da oferta e da procura", e abordou a questão a imigração em Portugal, apelando a que seja tratado "com informação e serenidade, nunca com medo ou ódio".
"Portugal nunca foi um país de muros, foi sempre uma terra de encontros e deve continuar a ser assim, justo e humano. Entre o entra tudo e o sai tudo há um caminho de bom senso, inteligência e equilíbrio. A imigração deve ajudar a nossa economia a crescer. Não pode servir para precarizar e reduzir os salários dos portugueses, não pode gerar também insegurança - e quem vem viver connosco deve respeitar as nossas leis e a nossa história", acrescentou.
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