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Joe Berardo e advogado detidos por fraude à CGD. Passam noite na cadeia e são ouvidos amanhã

Grupo económico em que incidiu a operação da PJ e do Ministério Público causou um prejuízo de quase mil milhões de Euros à CGD, ao NB e ao BCP.

29 de junho de 2021 às 10:08
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Joe Berardo e advogado André Luiz Gomes detidos por fraude à Caixa Geral de Depósitos

O empresário madeirense Joe Berardo e o advogado que o representa, André Luiz Gomes, foram detidos no decorrer de uma operação da Polícia Judiciária por burlas em financiamentos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e vão passar a noite na PJ, em Lisboa, para esta quarta-feira serem presentes a juiz.

O CM sabe que a defesa de André Luiz Gomes será João Costa Andrade, filho do ex-conselheiro de estado Manuel Costa Andrade, que até fevereiro do presente ano foi presidente do Tribunal Constitucional e é um dos autores do Código Penal.

A megaoperação decorreu em Lisboa, no Funchal e em Sesimbra. O Correio da Manhã sabe que o juiz Carlos Alexandre é um dos envolvidos na operação que levou a estas detenções e que Armando Vara está sob suspeita de oferecer créditos. No entanto, a defesa de Vara já veio desmentir qualquer reponsabilidade ou condução direta por qualquer negócio de Joe Berardo com a Caixa Geral de Depósitos.

A investigação decorre desde 2016 por haver suspeitas da prática dos crimes de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento. De acordo com comunicado enviado pela PJ, a investigação identificou procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito, contrários às boas práticas bancárias e que podem configurar a prática de crime.

"A operação da PJ incidiu sobretudo num grupo económico, que entre 2006 e 2009, contratou 4 operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de Euros. Este grupo económico tem incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar.", lê-se no comunicado.

Atualmente, este grupo económico causou um prejuízo de quase mil milhões de Euros à CGD, ao NB e ao BCP, tendo sido identificados atos passiveis de responsabilidade criminal e de dissipação de património.

De acordo com informação avançada por esta autoridade, foram efetuadas 51 buscas, 22 buscas domiciliárias, 25 buscas não domiciliárias, 3 buscas em instituição bancária e uma busca num escritório de advogados. A operação envolveu 180 profissionais, 138 da PJ, 26 da AT,9 do MP e 7 JIC.

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