Investigadores e classe médica têm em mãos o maior desafio da história recente da humanidade.
Os avisos e os conselhos dos especialistas que estão na linha da frente no combate ao coronvírus em Portugal.
Ana de Barros, Imunologista
"Atenção aos mitos"
"Para garantir uma prevenção adequada é necessário estarmos informados sobre alguns mitos acerca da Covid-19. Baixas temperaturas podem matar o vírus? Não. Tomar um banho quente previne? Não. Pode este vírus ser transmitido em zonas quentes e húmidas? Sim. A maneira mais eficaz de nos protegermos é mesmo lavar as mãos com água e sabão ou um desinfetante à base de álcool".
Tiago Bilhim, Radiologista de intervenção
"Covid-19 é subtil"
"A radiografia (Raio X) não deteta grande parte das pneumonias da Covid-19. Estas manifestam um padrão de imagem mais subtil, conhecido por ‘vidro despolido’, que apenas é detetado por tomografia computorizada (TC) de tórax. Geralmente é uma pneumonia bilateral, periférica, podendo evoluir para consolidação do parênquima pulmonar com vários graus de gravidade".
José Reis Ferreira, Pneumologista
"Poderá haver recontágio"
"Os coronavírus sazonais promovem apenas uma imunidade temporária, logo as pessoas podem reinfetar-se logo alguns meses depois. Com este novo agente, que dá a Covid-19, não sabemos ainda o que vai acontecer, mas é expectável que a imunidade adquirida, quer a desenvolvida por uma infeção quer a que se vier obter pela eventual vacina, não seja definitiva".
Jorge Nunes, Intensivista
"Problemas pulmonares"
"A evolução da doença tem alguma variação, mas é na segunda semana que surgem as complicações. A principal é a pneumonia que compromete a capacidade dos pulmões captarem o oxigénio. Estes doentes necessitam de ser admitidos numa unidade de Cuidados Intensivos e ligados a um ventilador, para se conseguir fornecer oxigénio ao corpo".
Ricardo Baptista Leite, Médico especialista em infetologia
"Regresso será faseado"
"O levantamento da quarentena poderá ocorrer de forma faseada, quando se conseguir identificar novamente as cadeias de transmissão ativas. O vírus está sempre à procura de novos hospedeiros e quando as pessoas regressarem à sua vida ativa, vão infetar-se. Têm de ser mantidas as medidas de higiene e distanciamento para que essa nova onda de casos seja suave".
Jorge Torgal, médico e especialista em saúde pública
"Comportamento cívico"
"As restrições legais visando a prevenção têm sido seguidas pelos portugueses, evidenciando um comportamento cívico e uma cidadania exemplares. A muito boa evolução da situação epidemiológica nacional é fruto da estratégia definida pela DGS, da sua concretização com os meios disponíveis, da exemplar ação dos profissionais de saúde e da resposta da sociedade e de cada cidadão."
Isabel Luzeiro, Pres. Soc. Port. Neurologia
"Implicações neurológicas’
"Têm sido reportados alguns casos em que se documenta uma invasão pelo vírus do próprio cérebro, no que designamos frequentemente por encefalite. Nestas situações, existe uma disfunção cerebral grave, que pode ser acompanhada por falência de outros órgãos e sistemas, sendo o prognóstico destas situações mais sombrio."
Fernando Chaves, Pediatra
"Crianças mais protegidas"
"As crianças estão mais protegidas porque têm menos recetores para este vírus e, por isso, desenvolvem formas menos graves da doença. Todavia, nas crianças, a convivência da Covid-19 com outros vírus (como a meningite, que matou uma criança de 14 anos em Ovar) é um fator de risco, tal como as doenças reumáticas, cardiopatias, diabetes ou crianças a fazer medicação imunossupressora."
Vítor Gil, Pres. Soc. Port. Cardiologia
"Receio dos hospitais"
"Tem vindo a assistir-se a uma diminuição da procura dos serviços de urgência (menos 45% em março) e fizeram-se menos 25% de angioplastias. É pouco credível que a incidência de enfartes tenham diminuído. O mais provável é que perante sintomas suspeitos – dor opressiva no peito irradiada para as costas, pescoço e braços – os doentes, por medo, se retraiam de ir à urgência."
Joana Augusto, Oncologista
"Tratamentos continuam"
"A indicação para a maioria dos doentes oncológicos com doença ativa ou em fase de tratamento é, na maioria dos casos, para manter os tratamentos, após discussão com o oncologista assistente. As idas aos hospitais devem reduzir-se às estritamente necessárias e de duração mais curta possível, devem manter-se em casa e ter especial atenção às medidas preventivas".
Gustavo Tato Borges, Vice-presidente da ANMSP
"Máscaras reduzem perigo"
"O uso de máscaras comunitárias, mesmo caseiras, reduz o perigo de emissão de partículas respiratórias para aqueles que nos rodeiam, porque as contém. Por isso, reduz o perigo de contágio, se o uso for generalizado. O ideal seria máscaras FFP2 ou N95. Mesmo assim ainda não perdemos a esperança de poder distribuir máscaras cirúrgicas por toda a população."
Aníbal Ferreira, Pres. Soc. Port. Nefrologia
"Diálise traz riscos"
"Os doentes com insuficiência renal apresentam maior risco de contraírem infeções, por terem menos defesas imunitárias, e particularmente os doentes transplantados e os em diálise. Nestes últimos, o risco é particular: 20 a 30% residem em instituições, eram habitualmente transportados em grupo ( 3 a 4 vezes por semana) e têm grande proximidade física durante as sessões."
Eugénio Leite, Oftalmologista
"Pode chegar pelos olhos"
"A Covid-19 pode infetar através dos olhos, ligando-se posteriormente à estrutura celular da mucosa da garganta e do nariz, iniciando a infeção. Por isso, a conjuntivite é uma manifestação do vírus, que pode transmitir por contacto com as secreções oftálmicas. Sintomas incluem ardor, prurido, turvação da visão, fotofobia, vermelhidão, dor,entre outros."
Joana Costa, Endocrinologista
"Mau controlo metabólico"
"Para os diabéticos parece existir um risco ampliado de complicações associadas a esta infeção viral, sobretudo nos casos em que existe mau controlo metabólico da diabetes. A associação a doença cardiovascular e obesidade grave (índice de massa corporal superior a 40) é comum e traduz-se num risco aumentado de complicações associados à infeção por Covid-19."
Leonor Girão, Dermatologista
"Lavar é palavra de ordem"
"Sabonete, gel de banho e sabão também servem para desinfetar as mãos. Lavar é a palavra de ordem mas se é verdade que todos os produtos com ação detergente matam o coronavírus, uns são mais agressivos do que outros para a pele. Em casa, no seu ambiente limpo, use produtos dermatológicos de lavagem, menos agressivos, e reserve o álcool gel para quando sai".
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