Aos 65 anos, cantor fala do novo disco, do rock em vias de extinção e revela um episódio insólito no nosso país.
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Qual a melhor descrição que o Bryan Adams encontra para definir seu novo álbum, ‘Roll with the Punches’?
É um bom disco de rock. E, para além disso, é lançado num momento emocionante porque agora sou um artista independente, não tenho empresário e abri minha própria gravadora: badrecords.com.
Depois de 15 álbuns de estúdio e mais de 45 anos de sucessos, o que ainda o motiva a fazer música?
A torneira não fecha quando se trata de músicas; elas simplesmente continuam a surgir, e se me empolgam, tenho certeza de que outras pessoas também podem gostar.
Mas para alguém que tem um portfólio repleto de tantos sucessos, existe pressão na hora de compor novas músicas ou o Bryan sente que não tem mais nada a provar?
Ah, esse é o desafio, mas não vou me iludir achando que algum dia terei um sucesso novamente. Nunca foi fácil e ainda não é. Eu faço música porque adoro criar coisas do nada. E músicas são como magia.
Neste disco tem uma música chamada ‘A Little More Understanding’. Se pudesse enviá-la para qualquer pessoa no mundo, neste momento, quem escolheria e porquê?
Esta música é a minha mensagem para o mundo e há muitas pessoas para quem eu a enviaria, mas faria alguma diferença? Duvido, as pessoas que governam o mundo não estão a ouvir as pessoas ou a música.
Já disse que se tivesse aceitado um “não” no início da carreira, não teria chegado a lugar nenhum. Do que mais se lembra dessa fase?
Aqueles foram bons tempos, tentar fazer alguém ouvir coisas novas nunca foi fácil, mas esse é o desafio. É preciso ouvir e confiar em si mesmo.
E que opções tinha no começo, além da vontade de ser músico?
Sempre há escolhas, mas parecia que a música era o caminho menos trilhado onde eu estava na época. O problema era que eu não tinha formação e precisava pagar a minha renda de casa, mas felizmente havia poucos cantores por aí, e então tornei-me cantor.
Há uns anos, disse em entrevista que, se pudesse trazer algo extinto de volta à vida, seria o rock. Considera-se um dos últimos roqueiros clássicos ainda vivos?
Ainda existem alguns roqueiros por aí, e sim, eu sou um deles, mas estamos na lista de extinção!
Como está o Bryan Adams hoje, cidadão e pai, aos 65 anos?
Muito bem, obrigado por perguntar. Divido o meu tempo entre música, fotografia, família (não nessa ordem) e, claro, sempre a sonhar em voltar a Portugal.
Ao final de tantos anos não está cansado das viagens, dos hotéis, das estradas e dos aeroportos?
Na verdade, não é tão mau assim. Posso viajar o mundo com os meus amigos e, para citar uma das músicas do disco, a vida é bela. No entanto, se tenho uma reclamação, é definitivamente a segurança dos aeroportos. Eles precisam encontrar uma forma, com scanners oculares ou algo do género, de facilitar as coisas para toda a gente.
Que prazer é que o Bryan Adams ainda tira desta vida?
É tudo sobre seguir em frente, ou seja, as pessoas com quem você se cerca, a música que você faz, a arte que você faz que combina com a música... tem que ser divertido, foi por isso que comecei a fazer isto.
O Bryan é um dos artistas internacionais mais queridos em Portugal. Como descreveria hoje a sua relação com o nosso país?
Não é segredo que adoro Portugal. Passei quatro dos melhores anos da minha vida a viver lá com a minha família, e todos concordamos que foi a melhor época para a nossa família. Foi quando éramos mais próximos. Também me lembro da primeira vez que toquei em Portugal; que eu saiba, fomos os primeiros a fazer um grande espetáculo em Portugal, e foi no Estádio do Benfica. No entanto, o promotor da época não conseguiu convencer a imprensa portuguesa de que aquilo ia mesmo acontecer! Então, tive de voar alguns meses antes do espetáculo para encontrar toda a imprensa e convencê-los pessoalmente que aquilo ia mesmo avançar. Houve muitos abraços e sorrisos naquele dia.
Já disse que tinha tentado comprar uma casa em Cascais, perto de onde cresceu, mas desistiu. Será que algum dia vamos ver o Bryan Adams a viver entre nós?
Adorava encontrar algo em Portugal , mas teria de ser algo antigo e bem português. Se conhecerem alguém que me possa ajudar, avisem-me.
O que mais gosta em Portugal?
Por onde começo? Eu considero-me muito sortudo por ter conhecido Portugal quando criança; faz parte de quem eu sou hoje. Parte do meu coração está em Portugal, não consigo evitar. Sempre que volto, sinto-me em casa.
É verdade que você tem um carinho especial pelo fado?
Sim, o meu pai costumava levar-nos para ouvir fado, e toda a gente sabe o quão sentimental o fado é, então quando eu o ouço também fico sentimental, porque me lembro do meu querido pai, de quem sinto falta todos os dias.
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