page view

“Pediram para que a menina mentisse”: Mãe revoltada com agressões de professora à filha

Escola de Felgueiras ainda não falou com a mãe sobre o caso.

15 de abril de 2022 às 01:30

Fátima Ferreira está revoltada com as alegadas agressões de uma professora de apoio à filha de seis anos, ao que tudo indica por não saber ler uma palavra. Aconteceu no Centro Escolar de Margaride, pertencente ao Agrupamento de Escolas Manuel Faria e Sousa, em Felgueiras. A docente já terá sido alvo de um processo disciplinar para averiguar a situação, mas a mãe acusa agora o estabelecimento de ensino de tentar camuflar a situação.

“Até hoje não sei de nada por parte da escola. Ela tem tido aulas com a professora habitual e com uma outra, que tem dado umas aulas de apoio de vez em quando”, descreve a mãe da menina, que frequenta o primeiro ano, acrescentando que a alegada agressora não tem sido vista na escola. Já depois de ter denunciado as agressões, Fátima Ferreira diz que alguns docentes da escola pediram à filha para não contar a verdade. “Teve duas professoras que tentaram que a menina mentisse, mas ela chegava a casa e contava tudo.”

A nível psicológico, a menina (que sofre de problemas de visão) já está “a ficar melhor, mas ainda com muito choro”. A filha de Fátima já está a ser seguida por uma médica, que a encaminhou para consultas de Pedopsiquiatria. “A médica diz que ela não estava a querer deixar fazer o exame de rotina, porque estava sempre com medo”, conta ao Correio da Manhã, que noticiou o caso em primeira mão. Foi a própria menina que denunciou as agressões à mãe, pedindo para não mais voltar àquela escola.

“Disse que a professora lhe tinha dado uma estalada por não saber ler uma palavra. Ela revelou ainda que, várias vezes, lhe puxava as orelhas. Não se admite este tipo de atitude”, descreve. Toda a situação foi participada pela mãe da menina à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. 

Ana Paula Marques Diretora AE Tomás Cabreira, Faro

"Já não é um tema tabu"

CM - O bullying ainda é visto na comunidade educativa como tema tabu?

Ana Paula Marques – Não, tabu não é. Tentamos abordá-lo, quando necessário, de forma a combatê-lo. Temos articulado ações com a Escola Segura e psicólogos, que têm feito várias sessões sobre a matéria.

– De que forma o agrupamento acompanha este tipo de casos de violência?

– Quando temos conhecimento, nós atuamos em articulação com encarregados de educação, diretores de turma e os intervenientes. Pode acontecer nos mais pequenos, mas não é tão frequente. Há uma enfermeira da saúde escolar que também tem tido um papel fundamental no acompanhamento de situações que ocorram.

– Tem conhecimento de episódios recentes?

– Pontualmente, há situações entre jovens, que são normalmente resolvidas. Casos graves não temos tido. Há situações chamadas de bullying mas que não o chegam a ser: meramente uma discussão ou brincadeira sem nexo entre colegas. Os problemas não nascem nas escolas, as fontes são diversas.

Lutar para combater o bullying

Decorre, na quarta-feira, a iniciativa ‘Lutar para Integrar’ da Junta de Freguesia Matosinhos-Leça da Palmeira. O objetivo da organização é "combater o bullying na infância/adolescência e promover a integração através dos desportos de contacto". Quem se inscrever terá oportunidade de aprender diferentes disciplinas de defesa e desenvolver competências, como o respeito pelo próximo, persistência, resiliência, indulgência e ‘fair play’. Acontece no Complexo Desportivo da Bataria às 18h00.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8