Tragédia natural abateu-se sobre as cidades de Santos, São Vicente e Guarujá.
Mais de 150 Bombeiros e membros da Protecção Civil de São Paulo e centenas de voluntários continuavam esta quarta-feira a procurar pelo menos 29 pessoas desaparecidas depois da brutal tempestade que se abateu na madrugada de terça-feira sobre as cidades de Santos, São Vicente e Guarujá, no litoral sul daquele estado brasileiro, a cerca de 70 quilómetros da capital paulista.
A situação mais crítica era em Guarujá, cidade turística com famosas praias rodeadas por altas encostas, parte das quais desmoronaram com a violência da chuva.
Com toneladas de lama, pedras e árvores sobre as casas que existiam nas encostas e a chuva, embora mais fraca, a continuar a encharcar o terreno, as buscas estavam esta quarta-feira a ser realizadas penosamente à mão.
Havendo ainda a esperança, por mais ténue que seja, de encontrar pessoas com vida em algum bolsão de ar sob os escombros, os socorristas não podiam usar máquinas pesadas para retirar as montanhas de lama e estavam a usar baldes, que passavam incessantemente de mão em mão por um longo cordão humano.
Entre os mortos e desaparecidos estão dois bombeiros, soterrados quando tentavam salvar uma mãe e duas crianças ainda na madrugada de terça-feira. Ao acorrerem ao local de um desabamento, foram surpreendidos por outro deslizamento da encosta, ainda maior, e foram soterrados, só um deles tendo sido localizado até agora, já sem vida.
Além dos dois soldados da paz vitimados, outros dramas dão uma triste marca a esta tragédia natural. Num dos casos mais pungentes, um homem que foi ajudar a salvar vizinhos num bairro aolado do seu, em Guarujá, quando soube que a encosta tinha aluído, ao voltar para casa descobriu que ela já não existia, também tinha sido coberta por toneladas de lama e tinha-lhe morto uma filha, de 11 anos, que sofria de autismo.
Em poucas horas, do início ao final da madrugada de terça-feira, choveu na chamada Baixada Santista, onde ficam Santos, Guarujá e São Vicente, ao menos 320 milímetros, ou seja, cairam nessas poucas horas 320 litros de água de chuva por metro quadrado. Isso supera largamente o que era esperado para todo o mês de Março, cuja média histórica de chuva na região é de 260 milímetros.
Numa nova demonstração da solidariedade dos brasileiros em situações de crise, mais de 15 toneladas de alimentos não perecíveis, água potável e produtos de higiene já foram doadas aos sobreviventes da tragédia, que, na maior parte dos casos, se recusam a ir para abrigos e continuam nos locais afectados ajudando nas buscas.
O governador de São Paulo, João Dória, anunciou que as famílias que ficaram sem casa receberão um auxílio aluguer para procurarem outro imóvel, mas essa medida normalmente não tem qualquer efeito prático, pois é provisória e o valor pago pelo governo não dá para alugar nem um quarto.
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