Uma campanha eleitoral deve ser esclarecedora. Claro que tem sempre uma componente emocional. Muitas vezes, quase clubística. Por isso se fala dos cascos dos partidos. A parte do eleitorado que têm assegurado por história e fidelidade. Esses são os garantidos. Mas diz-nos a experiência que essa porção não é suficiente para se ganhar eleições. Muito menos com maiorias confortáveis. Assim sendo, é necessário seduzir todos aqueles (e são muitos) que alternam o seu voto. Mobilizar os abstencionistas. Captar o apoio dos indignados. E para isso parece valer tudo. Assistimos a assassinatos de caráter. À identificação de problemas que afligem a sociedade com fortes doses de demagogia nas soluções. Usa-se a vitimização como arma eleitoral. Fabrica-se a empatia do candidato com o eleitor. Aposta-se em causas fraturantes ou de minorias, de forma a capturar nichos da sociedade. Cria-se grafismos impactantes com slogans vazios, mas de fácil apreensão. Jingles com refrães que entram facilmente no ouvido. Constrói-se um boneco, fofo, afável, moderado. Uma bateria quase infinita de habilidades já gastas e cansadas, adornadas pelas novas tendências. Explora-se ao limite o lado cruel das redes sociais. Enfim, uma campanha eleitoral é tudo isto e mais as promessas inviáveis que vão para o galheiro ao virar da esquina. A discussão ideológica e programática é cada vez mais uma miragem. O debate sobre as reformas necessárias em várias dimensões da sociedade pouco ou nenhum espaço têm. As ideias perdem-se em programas extensos e ilegíveis, provavelmente assim feitos para não serem percebidos. A componente informativa e esclarecedora das campanhas é pouco relevada. Inclusive pelos meios de comunicação social… Enquanto isso, vivemos momentos de grande incerteza e preocupação internacional. Que vão da economia à paz entre os povos. Momentos nada propícios a aventuras ou experiências. Quero crer que a maturidade democrática e a perspicácia dos portugueses saberão separar o trigo do joio nesta campanha. E que os eleitores saberão distinguir entre o que tem influência no seu presente e futuro e o que é apenas ruído e métodos – mais ou menos sujos – de conquista de poder.
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