Vindo de Espanha, o discurso de Eduardo Mendoza (o autor magnífico de ‘A Cidade dos Prodígios’) na entrega do prémio Princesa das Astúrias é um modelo que podia ser seguido por outros escritores (ou “artistas”). Foi simples, com humor, cheio de gratidão e felicidade. São coisas cada vez mais raras nestas circunstâncias, que alguns premiados aproveitam para fazer figuras tristes. Porém, os grandes distinguem-se pela sua simplicidade sem adornos. Tem esta passagem: “Na escola, recebi uma educação rigorosa, cheia de tédio e opressiva. Incutiram-me tenazmente as virtudes do trabalho árduo, da parcimónia e do decoro, o que me levou a ser preguiçoso, perdulário e um tanto ou quanto canalha — três coisas más em si mesmas, mas boas para escrever romances.” Ou seja, não se queixa, nem da educação, nem dos traumas, nem dos valores; foi essa arqueologia de condições que lhe permitiu ser escritor e escapar às malhas do tédio ou do conformismo – até do conformismo profissional com a rebeldia, como acontece hoje em dia. Que beleza.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
O debate sobre a burqa é a comédia dos erros, onde ninguém é o que assemelha ser.
Esquecemos frequentemente que as democracias modernas e liberais são o resultado das sociedades altamente alfabetizadas do século XIX.
A história de amor entre Ventura e Ventura será a mais melodramática da política.
[A tragédia do Elevador da Glória] mostra a quebra de respeito pelas pessoas.
Não é a primeira vez que o Chega passa a perna à esquerda, instalada na redoma.
Deserdados do ‘costismo’ estão preocupados com a possibilidade de Seguro ser PR.
O Correio da Manhã para quem quer MAIS
Sem
Limites
Sem
POP-UPS
Ofertas e
Descontos