Vindo de Espanha, o discurso de Eduardo Mendoza (o autor magnífico de ‘A Cidade dos Prodígios’) na entrega do prémio Princesa das Astúrias é um modelo que podia ser seguido por outros escritores (ou “artistas”). Foi simples, com humor, cheio de gratidão e felicidade. São coisas cada vez mais raras nestas circunstâncias, que alguns premiados aproveitam para fazer figuras tristes. Porém, os grandes distinguem-se pela sua simplicidade sem adornos. Tem esta passagem: “Na escola, recebi uma educação rigorosa, cheia de tédio e opressiva. Incutiram-me tenazmente as virtudes do trabalho árduo, da parcimónia e do decoro, o que me levou a ser preguiçoso, perdulário e um tanto ou quanto canalha — três coisas más em si mesmas, mas boas para escrever romances.” Ou seja, não se queixa, nem da educação, nem dos traumas, nem dos valores; foi essa arqueologia de condições que lhe permitiu ser escritor e escapar às malhas do tédio ou do conformismo – até do conformismo profissional com a rebeldia, como acontece hoje em dia. Que beleza.
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