Numa coisa tem o Presidente da República razão na nota que emitiu sobre a morte de Clara Pinto Correia (1960-2025): “Não deixou nunca ninguém indiferente.” Não podia. Tinha um génio a habitá-la e, na minha geração, não houve ninguém com aquele arranque de três livros preciosos: ‘Agrião’, ‘Um Esquema’ e, claro, ‘Adeus, Princesa’, em 1984 e 1985. ‘Adeus, Princesa’ foi uma explosão de alegria e malvadez juvenil – tudo lhe ficou prometido na literatura (e ela merecia), mas Clara tinha muitas coisas a fazer em ciência, na América, o que a levou a publicar livros como ‘O Ovário de Eva’, ‘O mistério dos mistérios’ ou ‘Dodologia’. A história idiota dos plágios, a passagem inútil pela televisão e o resto do descontrolo da sua vida marcaram-na para sempre, e o nosso pequeno machismo é destrutivo e maldoso (escreveu um livro sobre “a demonização do feminino”). Ela ajudou. Querida Clara. Sim, é uma pena, foi uma pena. Mesmo que nos últimos livros houvesse páginas luminosas (como em ‘Antares’), havia uma nuvem negra a pairar.
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