A edição de hoje
Vocês, ucranianos, deviam saber. Nós, na “Europa Ocidental” também tínhamos obrigação de saber – e não estudámos história como devíamos assim que a Rússia invadiu a Crimeia. Em vez disso, ficámos a apreciar o efeito nos mapas. Na altura, 2014, eu próprio lembrei os mapas. Vejam os mapas; não sabem história mas vejam os mapas. Mas, além de não sabermos história, os “europeus ocidentais” também não sabiam até que ponto estavam reféns da Rússia – por isso foi tão sonoro o silêncio depois da Crimeia. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, há quatro anos, estávamos habituados a ser heróis na internet e acender velinhas com retratos dos nossos mortos. E dos vossos. Éramos todos ucranianos. Nós, europeus ocidentais – e os americanos. Desculpem isto do Trump. Também é pesadelo nosso. Vimos a correria de líderes europeus para chegarem de comboio até Kiev, atropelando-se nas escadarias, enregelados. Agora, a Europa quer uma “paz justa e duradoura”. Sabem o que isso significa, não é? Sim, estamos envergonhados. Não vos merecemos.
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