Regina Soares
Presidente do Sindicato dos Funcionários JudiciaisA Justiça portuguesa está presa no ecrã que criou. Entre migrações falhadas e sistemas que colapsam, o que devia ser progresso virou labirinto digital. Lembremos que Portugal foi pioneiro na digitalização da Justiça, quando um grupo de oficiais de justiça criou o HABILUS, hoje Citius, mas agora tropeça no seu próprio “tribunal digital”. A migração SITAF-Citius prometeu um céu único e abriu um buraco negro: processos que somem, acessos que falham, urgentes adiados e advogados empurrados para o papel, à arrepio da lei. O CSTAF foi claro: ou resolve-se já, ou pára-se e recua. Isto não é birra corporativa, é serviço público. Urgem auditorias independentes à governação e à execução, métricas transparentes, reforço de quadros e uma carreira que retenha. A coragem política mede-se em investir em quem põe a Justiça a andar. Sem transparência e responsabilidade, a Justiça continuará a tropeçar. Enquanto o Citius arrastar os pés, faltarem mais de 1800 oficiais, entre aposentações, absentismo, convites, comissões de serviço a caminho e vagas por abrir, e continuarmos a falar em transformação digital sem digital, o problema da Justiça só continuará a crescer. Só falta ver os processos a morrer de paralisia em ambulâncias, a caminho das urgências!
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Na Justiça, só falta ver os processos a morrer de paralisia em ambulâncias, a caminho das urgências!
A passagem à disponibilidade começa com opacidade e termina com uma espécie de despejo.
Laborinho Lúcio lembrou-nos que a Justiça, antes de ser palco, é casa.
Fala-se muito para fora e olha-se pouco para dentro.
Vivemos num Estado que exige resultados sem apostar na satisfação.
O desempenho passado não garante resultados futuros.
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