As mais recentes tendências da gestão pública parecem concentrar-se apenas no marketing externo, exaltando feitos institucionais — e, diretamente, a imagem e promoção política dos seus gestores — enquanto esquecem quem verdadeiramente sustenta as organizações: os trabalhadores. Fala-se muito para fora e olha-se pouco para dentro, ignorando quem trabalha com “amor à camisola”, horas a fio, e quem aponta incorreções apenas para melhorar a casa comum. É mais cómodo fechar os olhos e rodear-se de quem nunca contraria, de quem só elogia, e travar a ascensão daqueles cuja exigência traria desconforto a quem prefere gerir sem sobressaltos. Os que exigem melhores condições, reclamam pelo cumprimento da lei, pedem prazos cumpridos, meios adequados e são tão exigentes para cima como para si mesmos acabam por se desencantar ou procurar outros destinos. A cultura que confunde crítica construtiva com resistência à mudança transforma os inconformados — que são, muitas vezes, os verdadeiros motores de melhoria e progresso — nos novos “velhos do Restelo”. É dessa miopia que nascem os declínios silenciosos, quando o brilho das fachadas esconde o desgaste de quem as sustenta.
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Fala-se muito para fora e olha-se pouco para dentro.
Vivemos num Estado que exige resultados sem apostar na satisfação.
O desempenho passado não garante resultados futuros.
O sistema trata por igual quem vive em mundos opostos.
A disponibilidade não é um privilégio, mas o reconhecimento do desgaste inerente à função policial.
Investir em pessoas, meios e infraestruturas materiais e digitais não é despesa.
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