Francisco José Viegas
EscritorDana Zátopkova morreu em 2020, exatos vinte anos depois do marido, cujas cinzas estavam guardadas na sala de estar; quando amigos do casal vinham visitá-la, puxavam a taça das cinzas para o centro da mesa e bebiam à saúde eterna do defunto. Às vezes imaginavam que, lá nos céus, ele desatava a correr. Não era difícil: aquele filho de um carpinteiro pobre da Morávia, sem nenhum talento atlético especial e sem alta preparação em educação física, tornou-se famoso porque nunca parava de correr. O que lhe faltava em técnica, ele substituía por experiência, trabalho, sacrifício e, claro, talento e criatividade (inventando um método de treino puramente intuitivo sem colaboração dos cientistas da época). O que lhe faltava em rigor e disciplina, Emil Zátopek (1922-2000) substituía por um carácter demoníaco e por um sentido de humor desproporcional – que vinte anos depois ainda faziam sorrir Dana Zatopkova.
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Não se trata de procurar pelo no ovo; nesta altura já usa carapinha.
Herói nacional checo e depois condenado ao degredo político, Emil Zátopek morreu há 25 anos.
Crianças a quem nunca deixaram ver o mar.
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