Passou um ano sobre a sua eleição e o Presidente da República comemorou a efeméride com um livro chamado, precisamente, ‘Um Ano Depois’ e desdobrando-se (surpresa!) em aparições televisivas. Pela primeira vez, as suas intervenções causaram verdadeira comoção.
A direita amofinou-se com uma entrevista em que surgiu mais costista que o Costa. Sim, o híper-babushismo de Marcelo irrita, mas talvez a coisa não seja tão evidente. Veja-se: a esquerda também não gostou da marcelada da semana. Enquanto Catarina Martins, em entrevista, declarava o seu amor à geringonça, Francisco Louçã notava como o Presidente começara a utilizar o termo ‘Governo minoritário’ e não ‘maioria parlamentar’, e Luís Fazenda, num artigo colérico, entre tratar Marcelo por ‘selfie-made man’ e ‘Presidente das piadas’, acusou-o de ter um ‘projecto’: correr com a esquerda do poder e juntar PS e PSD. A coisa ainda piorou quando Marcelo pediu aos partidos para ‘não criarem impasses’. A ‘crise da TSU’ quebrou o encantamento incondicional do Presidente com a geringonça. Depois de um ano a hibernar, Passos Coelho decidiu lembrar que sempre vale alguma coisa ter sido o partido mais votado e chefiar o maior grupo parlamentar. A vitória de Passos Coelho na crise obrigou o Governo a uma espécie de concertação social série B, para a qual decidiu chamar a CGTP, que nunca assinou um acordo desde que a concertação existe. A UGT disse logo que não participava enquanto a CGTP não assinasse o primeiro acordo. É, ao nível sindical, uma réplica da atitude de Passos Coelho, que põe em causa a solução de recurso.
O PS esperava desde o início governar com a esquerda, mas forçando o PSD a votar ‘responsavelmente’ quando a esquerda não estivesse lá. O PSD obrigou o PS a chegar-se mesmo à esquerda. Resta a PS, BE e PCP mostrarem que formam efectivamente uma maioria de esquerda coerente. Boa sorte!
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