A história exemplar do Novo Banco tinha de acabar aqui: um dos bancos mais antigos do País, o Banco Espírito Santo, foi arbitrariamente nacionalizado pelo Estado em 1975 e depois, também mais ou menos arbitrariamente, devolvido pelo Estado à família de origem em 1991, a qual, entre manhas e estratagemas, se entendeu com o Estado para crescer, até ao momento em que, não conseguindo manter os seus esquemas, o Estado lho retirou em 2014, lhe deu o nome de Novo Banco e o manteve num regime de seminacionalização. Agora, ninguém sabe o que fazer com o trambolho.
Desde que o Banco de Portugal anunciou a possibilidade de o banco vir a ser comprado pelo fundo Lone Star, os suspeitos do costume (e outros que não os do costume) vieram relembrar as belezas da nacionalização. Quando José Maria Ricciardi, Manuela Ferreira Leite, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista estão de acordo ou está tudo muito bem ou está tudo muito mal. Segundo eles, o Novo Banco deve ser nacionalizado para ser bem gerido.
É verdade que Herman José e Ricardo Araújo Pereira já não têm a graça de outrora, mas não abusemos do humor. Estamos a falar do Estado português, aquele que não apresenta um orçamento equilibrado há 40 anos, aquele cujas empresas dão sempre prejuízo, aquele cujo banco foi o maior desastre de entre os desastres bancários. Já se devem ter esquecido das nacionalizações do BPN e do BANIF.
Vejamos, se só aparecem candidatos manhosos, dispostos a comprar o Novo Banco por metade ou menos do que custou na resolução, e não surge ninguém ‘respeitável’, então só há uma conclusão a tirar: o Novo Banco não vale um chavo. A diferença está entre perder dinheiro agora ou perdê-lo ao longo dos anos a gerir uma montanha de ativos sem valor, para depois provavelmente ter de vender em condições ainda piores. Venha o Diabo (saravá Pedro Passos Coelho!) e escolha.
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Se Israel está a conduzir uma guerra, talvez devesse perceber que não a está a ganhar nos termos actuais.