Em Barcelona, nacionalistas de extrema-esquerda, encapuzados, atacam um autocarro turístico, uma loja de bicicletas e causam perturbação no aeroporto. Já lá vão sete hotéis atacados em Barcelona este ano. Em San Sebastian, nacionalistas de extrema-esquerda enchem as paredes de grafitti mandando os turistas embora (‘tourists go home’) e organizam uma marcha contra o turismo. Vários ataques têm ocorrido noutros pontos de Espanha.
Os argumentos anti-turísticos são interessantes: os turistas estão a arruinar a ‘qualidade de vida’ das cidades, a expulsar os habitantes originais, por causa do aumento das rendas, e a destruir o ‘modo de vida tradicional’. Um protestante brandia, há dias, um cartaz gritando: "Isto não é turismo, é uma invasão!". Os argumentos são interessantes pela semelhança com os argumentos contra a imigração.
Talvez até fossem mais ajustados à imigração, que efectivamente altera a composição étnica e religiosa de certas cidades e a sua ‘qualidade de vida’. Em ambos os casos estamos a falar de nacionalistas radicais, para quem muitos estrangeiros é logo sinónimo de ‘invasão’. Só que aos nacionalistas de esquerda aplica-se uma benevolência que não se aplica aos de direita.
Em Portugal ainda não se chegou a estes extremos magrebinos, mas começa a haver uns resmungos. Compreende-se. Como eram lindas Lisboa e Porto antes da renovação trazida pelo turismo: centros históricos abandonados, devolvidos à droga e à marginalidade, e casas a cair aos bocados.
Décadas de políticas de crédito para prédios novos nos subúrbios desertificaram os centros das cidades. Décadas de deslocalização de serviços públicos para as periferias ajudaram. Mas o turismo, que deixou os centros de Lisboa e do Porto um brinco, que trouxe uma renovação do seu comércio e é responsável por, para aí, 80% dos novos empregos é que é culpado sabe-se lá do quê.
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